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Portugal negoceia “ponte aérea” com Reino Unido

Foto Lusa
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Portugal está em conversações com o Reino Unido para estabelecer uma “ponte aérea” que permita aos turistas britânicos evitar a quarentena imposta no regresso ao seu país, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros português.

Em declarações à Radio BBC 4, Augusto Santos Silva afirmou que “a quarentena é um inimigo do turismo” e frisou que os turistas britânicos são “muito bem-vindos” a Portugal.

“Nas próximas semanas, os nossos diplomatas vão trabalhar juntos para garantir que os turistas britânicos que vão a Portugal não estejam sujeitos, no seu regresso a Inglaterra, a nenhum tipo de quarentena”, disse o ministro, adiantando esperar que um tal acordo esteja fechado no final de junho.

O Reino Unido prepara-se para impor, a partir de 08 de junho, uma quarentena obrigatória de 14 dias a todos os viajantes, britânicos ou não, que entrem no país, à exceção dos provenientes da República da Irlanda.

Segundo a BBC, a ministra do Interior britânica, Priti Patel, defende a quarentena é necessária “para prevenir uma segunda vaga do vírus”, mas admite possíveis “pontes aéreas” com países com baixas taxas de infeção pelo novo coronavírus, o que implica que os viajantes provenientes desses países não tenham de submeter-se a quarentena.

Portugal não exige quarentena aos viajantes que chegam ao seu território continental, imposta apenas nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Na Madeira, a medida deixa de vigorar a 01 de julho, data partir da qual os turistas terão de apresentar um teste negativo realizado até 72 horas antes ou submeter-se a um teste, sistema de controlo a funcionar nos Açores desde sexta-feira, quando foi levantada a obrigatoriedade de quarentena.

Santos Silva frisou à rádio pública britânica que os hotéis e apartamentos em Portugal que cumprem as medidas de higiene necessárias para evitar a propagação do vírus têm a certificação “clean & safe” (limpo e seguro) e assegurou que haverá “regras” para que os turistas desfrutem das férias em segurança.

Deu como exemplo que a vida noturna nas zonas balneares será muito limitada e que haverá limites à concentração de pessoas à noite, além de que os turistas serão informados do número de pessoas nas praias, para poderem evitar as mais concorridas.

Mas insistiu que Portugal não vai impor qualquer quarentena às pessoas que entrem em Portugal, assentando o controlo na medição da temperatura nos aeroportos e, em coordenação com outros países da União Europeia (UE), na realização de testes aleatórios aos passageiros.

O Reino Unido é o país de origem da maioria dos turistas estrangeiros que visitam habitualmente o Algarve.

O país é um dos mais afetados pela pandemia associada à covid-19, com um total de 277.985 casos e 39.369 mortes, segundo números oficiais de terça-feira, quando se registaram 324 mortes em 24 horas, quase o triplo da véspera.

Em Portugal, segundo números oficiais de hoje, registam-se 33.261 casos confirmados e 1.447 mortes.

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