Alternativas
As notícias vão chegando a conta-gotas. E não são boas, apesar dos anúncios das taxas de ocupação de 60% e de 70% que ouvi da boca de alguns colegas, o que a certa altura me levou a pensar se estaria a viver uma qualquer realidade paralela, comigo no rabo da lancha no que à eficácia comercial dizia respeito.
Os operadores vão adiando o início das suas operações. A enorme TUI UK, por exemplo, acabou de anunciar que não voa para a Madeira antes de Outubro mas esta não é situação única; outros (estou a lembrar-me da Luxair e por aqui me fico, para não gastar mais caracteres do que os necessários) decidiram já o mesmo.
Companhias aéreas, como a TAP ou a Easyjet vão aumentando frequências mas em número que, como diz o povo, só encherá a cova do dente. E ainda temos a questão dos testes COVID, cuja obrigatoriedade tem de ser melhor explicada, assim como assumido o respectivo custo comercial.
À medida que vamos avançando no tempo, aumentam os cancelamentos. Vamos abrir, tal como alguns outros hotéis, no próximo dia 01 de Julho mas será para muito poucos clientes. E sem esperança de conseguir inverter essa situação no curto prazo, o que significa um prolongar da dor ainda por mais tempo.
E agora?
Não faço parte do grupo de pessoas que entende que o Estado tem de intervir. Fá-lo-á, certamente, se entender que é esse o caminho a seguir para evitar o fecho de empresas, o aumento do desemprego mas, muito legitimamente, pode sempre inventar uma cota 650 e colocar a malta lá a trabalhar... Mais uma, menos uma obra inútil não fará assim tanta diferença.
O grupo onde me incluo é o dos que acha que já pagámos impostos suficientes para poder agora, nesta absolutamente excepcional situação, pedir que essa ajuda venha, nem que seja porque será mais barato apoiar do que, depois, pagar as despesas da calamidade que se seguirá.
Não vale a pena pensar que resolvemos esta pandemia com, passe a publicidade, aspirinas. Temos de arranjar dinheiro, a fundo perdido, para conseguir fazer reverter decisões como as que acima mencionei relativas aos cancelamentos.
Temos de apoiar quem, ao longo do tempo, confiou no nosso destino, percebendo quanto temos de investir para ajudar a viabilizar operações, antigas e novas.
Temos de perceber que, com tantos aviões no chão, esta pode ser a altura ideal para conseguirmos a tão desejada terceira companhia a fazer a operação Funchal-Lisboa, que poderá ser ainda mais atractiva se finalmente implementarmos o verdadeiro princípio da continuidade territorial.
Temos ainda que fazer uma análise séria da estrutura de custos das empresas, percebendo quais os montantes, também a fundo perdido, de que necessitarão para conseguirem sobreviver. Claro que quem anuncia os tais 60% de ocupação não precisará de nada; falo é dos outros, evidentemente!