Município de Câmara de Lobos cancela Campos de Férias e ATL’s de Verão
A autarquia câmara-lobense cancelou os habituais campos de verão que costuma disponibilizar à população mais jovem do concelho, devido à pandemia Covid-19, entendendo que seria a “decisão mais responsável em termos da salvaguarda da saúde dos participantes”.
Em 2019, os campos de férias ‘Lobos Radical’, ‘Biblioteca a Brincar’ e ‘Aprender’ abrangeram 270 crianças que beneficiaram de uma série de actividades, mas este ano, segundo as recomendações do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), divulgadas no documento Recomendações e Medidas de Prevenção da Covid-19 na Organização de Campos de Férias, o máximo de crianças que beneficiariam desta oferta, tendo em conta a realização de 4 turnos diferentes, seria de apenas 40 crianças, dada a redução para 5 a 10 participantes, por grupo, em diferentes turnos.
Segundo a Autarquia, esta redução implicaria o mesmo número de recursos humanos, ou mais, não sendo “exequível”.
Além disso, a redução drástica do número de participantes, face à procura crescente das actividades de Verão promovidas pela autarquia, pressupõe a “definição de critérios rigorosos na selecção dos participantes”, assim como a “impossibilidade de cumprir com o prazo de 20 dias úteis para comunicação prévia aos candidatos”.
Recorde-se que o Campo de Férias Lobo Radical tinha como base as instalações da Escola Básica e Secundária Dr. Luís Maurílio da Silva Dantas e da Escola Básica dos 2.º e 3.º ciclos do Estreito de Câmara de Lobos e implicaria que os participantes acedessem constantemente ao interior das escolas para actividades de sala, ida aos sanitários e refeitório, tornando-se difícil garantir a não partilha de objectos, o que implicaria desde logo o cancelamento da prática de desportos colectivos, limitando em muito as actividades possíveis.
As actividades ficariam ainda mais limitadas com o encerramento do Complexo Balnear das Salinas, local prioritário para as crianças irem à praia no concelho.
Segundo Sónia Pereira, “a realização dos referidos campos implica uma complexidade acrescida em termos logísticos e organizativos, pois além dos condicionamentos internos, na sede do campo de férias, estamos também sujeitos a condicionamentos de acesso às restantes actividades culturais ou recreativas a que já habituamos as nossas crianças, tanto em espaços abertos como fechados, pelo que entendemos que seria muito difícil manter a qualidade das actividades promovidas pela autarquia, perante as limitações de espaço e de interacção social”.
A vereadora deixou a garantia do regresso destas actividades no próximo verão, reconhecendo que as mesmas se têm afirmado como uma “importante resposta social para as famílias de Câmara de Lobos, no período de interrupção lectiva”.