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Venezuela entrega documentação adicional ao TPI por sanções dos EUA durante pandemia

Foto EPA
Foto EPA

A Venezuela entregou ao Tribunal Penal Internacional (TPI) documentação adicional na denúncia por “crimes de lesa humanidade” apresentada em fevereiro contra os Estados Unidos, por ter imposto novas sanções em plena pandemia de covid-19, disse hoje fonte oficial venezuelana.

Numa conferência de imprensa na Rússia, onde participou, em Moscovo, no 75.º aniversário da vitória da extinta União Soviética sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial, o chefe da diplomacia venezuelana, Jorge Arreaza, indicou ter enviado a carta ao Procurador Geral do TPI, Fatou Bensouda, por os Estados Unidos terem tomado “medidas coercivas unilaterais no meio da pandemia” do novo coronavírus.

Para Arreaza, a “agressão” contra a Venezuela “é ainda mais grave nestes momentos”, uma vez que o “ataque se mantém generalizado e sistemático em plena pandemia”

“É um processo tão delicado para a humanidade. Impedir a importação de máscaras, testes, ventiladores, o necessário para a manter a produção económica, que foi afetada em todos os países do mundo pelo novo coronavírus, é um delito de lesa humanidade, sem sombra de dúvidas”, realçou.

Segundo Arreaza, a mais recente medida dos Estados Unidos contra a Venezuela aconteceu quarta-feira, com a imposição de sanções a cinco comandantes de petroleiros iranianos que entregaram 1,5 milhões de barris de petróleo.

O ministro venezuelano recordou que a Venezuela tem bloqueados quase 10.000 milhões de dólares (cerca de 8.860 milhões de euros) nos Estados Unidos e na Europa, além de 31 toneladas de ouro no Reino Unido.

“Esses recursos são dos venezuelanos e não dos Estados Unidos, da Reserva Federal. Não são da oposição nem do Banco de Inglaterra. São para a saúde, para a alimentação, para a casa, uma necessidade social dos venezuelanos”, insistiu Arreaza, que durante a estada em Moscovo também se reuniu com as autoridades russas.

O governante venezuelano defendeu que o TPI deve “dar entrada e decidir quanto antes” sobre a denúncia de Caracas.

Por outro lado, Arreaza negou que tenha havido uma visita ou contactos em Caracas com o marechal Khalifa Haftar, o “homem forte” do leste da Líbia, cujos assuntos internos disse que a Venezuela respeita.

A 08 deste mês, o líder da oposição venezuelano, Juan Guaidó denunciou que o avião do líder do Exército Nacional Líbio (LNA, na sigla em inglês) teria aterrado na Venezuela, sem, contudo, avançar mais dados, mas, num comunicado posterior, o seu gabinete garantiu que Haftar aterrou no país a 07 deste mês.

Arreaza reuniu-se quarta-feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, com quem abordou o reforço da cooperação bilateral.

A Rússia e os seus aliados, como o Egito, apoiam Haftar, que visitou várias vezes Moscovo nos últimos meses, enquanto a Turquia apoia o Governo de Tripoli.

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