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Madeira

PAN perde representação na Madeira

Representantes entram em choque com direcção nacional e demitiram-se da Comissão Política Regional, deixando PAN sem órgãos na Madeira

Deputados do PAN na Assembleia da República, como André Silva (na foto), não defendem interesses dos madeirenses e porto-santenses, dizem os demissionários. Foto MÁRIO CRUZ/LUSA
Deputados do PAN na Assembleia da República, como André Silva (na foto), não defendem interesses dos madeirenses e porto-santenses, dizem os demissionários. Foto MÁRIO CRUZ/LUSA

João Freitas, Ana Mendonça e Isabel Braz renunciaram aos cargos na Comissão Política Regional do PAN - Pessoas Animais Natureza na Madeira, em consequência desta decisão, esta se dissolve e deixa de haver representação do partido na Região. Os três entraram em ruptura com a direcção nacional devido ao “excesso de autoridade”, “estrangulamento financeiro” e votação na Assembleia da República “contra os interesses dos madeirenses e dos porto-santenses”.

“Este não é o PAN em que acreditámos”, podemos ler numa carta enviada à redacção, onde justificam a decisão, mas mantêm o compromisso com as causas. “Continuamos a identificar-nos com os valores e princípios que nos levaram a filiar no PAN, e informamos a todos e a todas que, dentro das nossas possibilidades continuaremos a lutar por eles incansavelmente”.

João Freitas Ana Mendonça e Isabel Braz já terão pedido a desfiliação do partido. Os três lamentam um “excesso de autoridade crescente imposto por um núcleo duro na direcção do partido, fechado sobre si próprio, que aos poucos vai assumindo o controlo total do PAN, que toma as decisões de forma unilateral, e não é minimamente tolerante com quem apresenta ideias diferentes ou que põe em causa o actual estado das coisas”. Criticam o estrangulamento financeiro a que foi votada a representação na Madeira, que caiu para ¼ das verbas relativamente a 2019, isto numa altura em que, com a eleição de três deputados a nível nacional, o partido tem mais dinheiro disponível. A redução terá inviabilizado a realização do trabalho na Madeira e no Porto Santo.

Na base da decisão, justificam, estão também as votações dos deputados do PAN na Assembleia da República. Têm sido realizadas, argumentam, “quase sempre contra os interesses dos madeirenses e dos porto-santenses, e sendo a Comissão Política Regional (CPR), nos últimos tempos, apenas informada e chamada a pronunciar-se sobre as matérias que têm a ver com as nossas ilhas no limiar dos prazos e depois de as decisões já terem sido tomadas”.

No texto expositivo, os demissionários referem ainda a saída do eurodeputado Francisco Guerreiro, que passou a independente, deixando o PAN de ter representação no Parlamento Europeu; assim como as saídas de Sandra Marques, Inês Campos e João Freitas de outras estruturas e representações do PAN a nível nacional.

O documento termina com a renuncia aos cargos - conscientes de que com esta decisão deixam de existir órgãos do PAN na Madeira – e com o agradecimento aos eleitores que confiaram o seu voto ao partido. “Um especial agradecimento a todos e todas que trabalharam ao nosso lado até à exaustão, acreditaram e sofreram connosco as dores da desilusão”, escreveram.

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