Madeira passou de melhor para pior do país em 20 anos
DREM divulgou, hoje, a ‘Série Retrospectiva das Contas Regionais’ para o período 1995-2018
Na sequência da retropolação das Contas Regionais na base 2016, entretanto disponibilizada no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), a Direcção Regional de Estatística (DREM) divulga hoje, dia 24 de Junho, a ‘Série Retrospectiva das Contas Regionais 1995-2018’.
Com base nestes dados podemos observar que a Madeira passou de região com crescimento do PIB acima da média nacional, entre 2002 e 2008, para uma situação de crise entre 2011-2013.
Eis as principais conclusões da ‘Série Retrospevtiva das Contas Regionais 1995-2018’:
- No intervalo de tempo 1995-2018, o período mais longo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de que a Região Autónoma da Madeira (RAM) beneficiou foi entre 2002 e 2008. Pela negativa, realce para o período entre 2011-2013, de evidente recessão económica.
- O ano em que o crescimento do PIB teve maior expressão foi 2002 (8,3%), estando 2012 na situação inversa (-7,7%). De notar que comparativamente às restantes regiões NUTSII do país (Norte, Centro, Área Metropolitana de Lisboa, Alentejo, Algarve e Região Autónoma dos Açores), estes aumentos relativos são os de maior dimensão, em ambos os sentidos (positivo e negativo).
- A taxa média de crescimento do PIB entre 1996 e 2018 foi, na RAM, de 1,8%, a mais alta de todas as regiões NUTSII, a par da R.A. Açores, acima portanto da média nacional (1,3%).
- O diferencial (negativo) face à média nacional do PIB por habitante passou de 19% em 1995 para 3% em 2018. No entanto em 2005, o PIB por habitante na RAM chegou a ser superior à média nacional e em 2006 e 2011, idêntico. Comparativamente à RA Açores, enquanto o diferencial face à RAM era de apenas 3,9 pontos percentuais (p.p.) em 1995, em 2018 ascendia a 8,8 p.p..
- Tal como aconteceu em relação ao país, a RAM também convergiu com a média da União Europeia. Em 1995, o PIB por habitante da RAM (medido em paridade de poder de compra, ou seja, tendo em conta os diferentes custos de vida nos países da União) era de apenas 64,8% da média da UE28, enquanto em 2018 era de 74,5%. De notar que entre 2005 e 2009 este indicador chegou a ultrapassar os 80%, com o expoente em 2006 (82,6%).
- A produtividade aparente do trabalho, que corresponde ao rácio entre o Valor Acrescentado Bruto (VAB) e a população empregada, atingiu em 2018 o máximo da série (34,7 mil euros), situando-se contudo abaixo da média nacional (35,9 mil euros). Visto em índice, e tendo como referência o valor do país, neste indicador também a Região convergiu, passando de 78,1% da média nacional em 1995 para 96,6% em 2018. O desempenho da RAM é distinto do da RA Açores, que no mesmo período viu este índice estagnar em torno dos 88%.
- A taxa de investimento aparente, a relação entre a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e o VAB, é outro dos indicadores no qual a RAM se destacou, particularmente no período 1995-2011, no qual este indicador foi sempre superior face à média nacional, atingindo o expoente em 2000 (73,8%), com um diferencial positivo face ao país de mais de 40 pontos percentuais. A partir de 2012, a taxa de investimento aparente caiu acentuadamente para valores inferiores a 20% e sempre mais baixos que a média nacional.
- No que respeita ao índice de disparidade do rendimento disponível bruto das famílias por habitante face à média nacional, a evolução entre 1995 e 2017 (último ano disponível) mostra que se passou de uma diferença positiva de 1,9% (ou seja situando-se acima da média do país) para a situação inversa em 2017, ficando abaixo da referida média em 2,2%. Aliás, a análise do período 1995-2017, mostra duas fases bem distintas: entre 1995 e 2009, este indicador para a RAM foi sempre superior à média nacional (com excepção do ano de 2000) e outra a partir de 2010, em que sucedeu precisamente o inverso, com o mínimo a ser registado em 2015 (diferencial negativo de 6% face à média do país).