EUA apertam fiscalização a meios de comunicação social chineses no país
A administração Trump afirmou hoje que Washington vai considerar como “missões externas” quatro meios de comunicação social chineses nos Estados Unidos, ação que pode forçar alguns jornalistas a abandonar o país e piorar as relações diplomáticas bilaterais.
Fontes do Departamento de Estado norte-americano, citadas pela agência noticiosa Associated Press (AP), adiantaram que os quatro meios de comunicação são “essencialmente megafones” do Partido Comunista Chinês (PCC) e que não devem ser tratados como os ‘media’ estrangeiros ordinários.
Segundo as fontes, às quatro instituições, entre elas a cadeia de televisão estatal chinesa CCTV, vai ser pedido que entreguem uma lista com os nomes de todos os que trabalham para os meios de comunicação social chineses nos Estados Unidos, bem como dos edifícios que compraram.
A ninguém está a ser dada a ordem para abandonar os Estados Unidos, realçaram as fontes, mas uma ação semelhante realizada em fevereiro contra cinco outros meios de comunicação social chineses precedeu um limite para o número de pessoas que poderiam trabalhar para esses grupos editoriais nos Estados Unidos.
Além da CCTV, as empresas de comunicação social são a China News (agência noticiosa), o diário People’s Daily e o Global Times.
“O Partido Comunista [chinês] não só detém o controlo operacional das entidades de propaganda como tem, também, o controlo editorial de todos os conteúdos”, disse o secretário de Estado adjunto para o Sudeste Asiático e Assuntos do Pacífico, David Stilwell.
“Esta designação de ‘missão externa’ é um passo óbvio para aumentar a transparência desta e de outras atividades de propaganda do Governo do PCC nos Estados Unidos”, acrescentou.
Em fevereiro, a administração Trump tomou idênticas ações contra a agência noticiosa Xinhua, a China Global Television Network, a China Radio International, a China Daily Distribution Corporations, que distribui o jornal com o mesmo nome, e a Hai Tian Development USA, que distribui o diário People’s Daily.
Depois, em março, a administração norte-americana limitou o número de jornalistas chineses no país de 160 para 100, depois de acusar Pequim de estar a “aumentar e a endurecer a vigilância, assédio e intimidações de jornalistas norte-americanos e de outros países na China.
A AP afirma estar ainda por conhecer o total de jornalistas que trabalha para as organizações que foram hoje citadas pela administração Trump.
No final do primeiro trimestre deste ano, segundo a AP, cerca de 75 jornalistas norte-americanos estavam autorizados a trabalhar no interior da China para os meios de comunicação social dos Estados Unidos.