Casas ilegais responsáveis pela contaminação do mar em Machico
ARM diz ter conhecimento que existem situações de descarga em linhas de água
As descargas de esgotos ocorridas na última semana na Ribeira de Machico que acabaram por desaguar e contaminar a água do mar na baía, junto à praia de São Roque, são da única e exclusiva responsabilidade da Câmara Municipal, assegurou hoje o vice-presidente da ARM, João Pedro Castro, ao garantir que “a ARM tem conhecimento que existem situações de descarga em linhas de água”.
Acompanhado do presidente da ARM, Amílcar Gonçalves, coube ao ‘vice’ aproveitar a visita ao Caniçal , onde a ARM investe 4 milhões de euros no sistema de drenagem que contempla o lançamento de 8 quilómetros de novas redes, para (tentar) deixar claro que a culpa da descarga ocorrida na última semana na baía de Machico só pode ser imputada à autarquia e nunca à ARM.
“A ARM não pode ser acusada” do que aconteceu no passado dia 16, “logo no dia a seguir a uma grande chuva” que provocou o “arrastamento dos materiais que estavam depositados nas linhas de água para o mar”. A origem desse foco de contaminação diz ser as “muitas casas que estão ilegalmente, que não estão ligadas à rede de saneamento básico e que estão ligadas directamente para as linhas de água e com a chuva houve esse arrastamento para o mar”, afirmou.
Nestes casos deixou claro que a responsabilidade nunca pode ser imputada à ARM, já que esta “gere as infra-estrutruras que estão concessionadas, a rede de saneamento” ou seja, “a ARM não pode ser responsabilizada pelas casas que não tem sistema de drenagem de águas residuais e que são encaminhadas para as linhas de água”. Sem mencionar a autarquia, deixou claro que “essa responsabilidade há-de ser de quem licenciou a construção das casas e autorizou o ponto de descarga das águas residuais dessas moradias”.
Considera por isso urgente regularizar as descargas clandestinas.
“Por uma questão de saúde pública todas essas anomalias devem ser corrigidas, seja no concelho de Machico, seja noutro concelho qualquer”, sublinhou.