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Faleceu o Amigo Cristiano de Freitas

Madeirense de gema, tinha a Madeira no coração. O seu pai era amigo do meu, seus irmãos amigos dos meus. Companheiro no Liceu Jaime Moniz e das festas e danças no Pavilhão Marinho do Savoy Hotel, no bar do Savoy, onde atuavam o Alberto Amaral e o Juvenal, com um vasto grupo de amigos: Terezinha Jardim, Susie Bianchi, Rubina Fernandes, Maria João e Ema Favila Vieira, Rita, Luiza, Emília Cardoso, e, Luis Manuel Jardim, Jose Manuel Tavares da Silva, Porfirio Oliveira, José Manuel Sardinha, entre tantos outros. Em 1964, reuníamos no «Gemini», no Hotel Nova Avenida, a 1.ª discoteca de Portugal, criada pelo meu primo José Dias. Estava eu, já com responsabilidades Administrativas e Diretivas na Sociedade Savoy. Formado em Direito, teve o seu primeiro emprego do BCP, em Lisboa, Paris e Londres. Posteriormente pertenceu aos quadros da Administração Pública da Saúde e fez pós-graduação em Gestão, em Rennes-França, na Escola Superior de Saúde Publica. Depois o 25 de Abril e os «saneamentos revolucionários» despediu-se por sua vontade de Administrador Geral do Hospital de Santa Maria, tendo no mesmo dia, sido convidado a trabalhar no Turismo, pelo então Ministro da Economia, e, posterior Presidente da Fundação Gulbenkian, Dr. Rui Vilar, e pelo Secretário de Estado do Comércio e Turismo, Dr. Vera Jardim, na Casa de Portugal em Paris.

Em finais de Dezembro de 1974, a convite do Dr. Vera Jardim, toma posse como Diretor Geral do Turismo de Portugal. Vinha à Madeira duas ou três vezes por ano, ficando sempre hospedado no Savoy, que na sua qualidade de Diretor Geral, visitava a Delegação de Turismo da Madeira dependente da D.G Turismo, e da qual faziam parte, o Eng. Ribeiro de Andrade como Diretor; João Borges, Diretor de Marketing e Relações Púbicas e Antonio Câmara, Diretor Administrativo. No pós 25 de Abril, a sua ação em conjunto com o Trigo Pereira evitaram nacionalizações da hotelaria madeirense, pretendidas pelos extremistas. Em 1976, o Prof. Jorge Campinos, Ministro do Comércio e Turismo, candidata-se a Deputado pela Madeira. Na zona Velha, no mesmo restaurante, jantavam, o Ministro Jorge Campinos e o Emanuel Jardim, numa mesa e o Cristiano e eu noutra mesa. O Dr. Faria Nunes chegou mais tarde. A presença do ministro havia congregado uma pequena aglomeração «flamista» no terreiro em frente, com bandeiras de autonomia, e, algumas agressões verbais. À saída houve «dificuldades» causadas pela presença do «cubano», tendo o Cristiano e o Emanuel, serenado o ambiente.

Já depois de ter saído do Turismo, continuava a visitar a Madeira, ficando em casa dos seus familiares. Continuávamos a nos encontrar, recordando a juventude, e as vivências profissionais. Perdemos um Amigo e um grande profissional. Sentidos pêsames à esposa Isabel, filha Luísa e irmãos Luís e Isabel.

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