Entre 30 a 50% de pequenas e médias escolas privadas do Brasil arriscam falir
Entre 30 a 50% de pequenas e médias escolas privadas do Brasil enfrentam o risco de falir devido à pandemia de covid-19, segundo um estudo divulgado na segunda-feira.
Os dados constam de um levantamento feito pela União pelas Escolas Particulares de Pequeno e Médio Porte, uma organização sem fins lucrativos que lançou um manifesto pela sobrevivência das escolas particulares, um segmento fortemente afetado pela pandemia da covid-19 no país sul-americano.
“Se não houver nenhuma mudança do cenário, estima-se que de 30% a 50% das escolas fecharão suas portas nos próximos meses. Isto acarretará o aumento do desemprego, da evasão escolar e uma sobrecarga ainda maior na rede pública, que não tem condições de absorver essa procura”, indicou a organização em comunicado.
De acordo com a União, mesmo com as escolas a “trabalhar incessantemente em busca de soluções tecnológicas para manter a prestação dos seus serviços”, o incumprimento de obrigações financeiras e a perda de alunos já atingiram índices exorbitantes, gerando uma perda significativa de receitas.
Em 95% dos estabelecimentos de ensino privado já ocorreu o cancelamento de matrículas.
Os atrasos no pagamento de mensalidades, que antes da pandemia eram de 9%, chegaram a 17% em abril e devem alcançar os 22% em maio, segundo cálculos da União pelas Escolas Particulares de Pequeno e Médio Porte.
Entre 13 e 15 de maio, foram consultados para o estudo proprietários de 482 colégios privados, desde o ensino pré-escolar ao secundário, com capacidade entre 150 e 240 alunos e 20 a 30 professores, localizados em 83 municípios do país, incluindo capitais estaduais, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Entre as ações para auxiliar o setor de ensino privado, a organização sugere a criação de um “voucher educacional”, na forma de apoio financeiro temporário por parte dos órgãos públicos para que as famílias possam, durante o período da pandemia e por pelo menos mais um ano, garantir a vaga dos filhos nas escolas, “evitando que as crianças fiquem ociosas em casa ou nas ruas, e que empresas do setor fechem as portas e tenham que demitir funcionários”.
A organização apela ainda ao fim da “concorrência predatória” entre instituições de ensino, que concedem “descontos descomunais ou até a isenção de todas as mensalidades”; ao aumento de políticas de crédito para escolas de pequenas dimensões; assim como a redução de carga tributária e o aumento dos prazos para quitação das tributações.
O Brasil registou 623 mortos e 12.247 infetados pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, totalizando 29.937 óbitos e 526.447 casos confirmados desde o início da pandemia no país, informou na segunda-feira o executivo.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 373 mil mortos e infetou mais de 6,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Cerca de 2,6 milhões de doentes foram considerados curados.