Pelo menos 127 jornalistas mortos devido à pandemia
Pelo menos 127 jornalistas morreram nos últimos três meses devido à covid-19, muitos depois de cobrir notícias sobre a pandemia e quase metade na América Latina, informou hoje a Organização Não-Governamental Press Emblem Campaign (PEC).
Segundo a organização, que recolhe dados sobre ataques a jornalistas, registaram-se 62 mortes de jornalistas na América Latina, 23 na Europa, 17 na Ásia, 13 na América do Norte e 12 em África.
Pelo menos dois terços dessas mortes estiveram diretamente relacionadas com a atividade jornalística, afirmou a ONG, sublinhando que o número real de profissionais de comunicação mortos na pandemia pode ser maior, uma vez que muitos casos não foram registados.
O Peru foi o país do mundo com mais vítimas confirmadas (15), seguido pelo Brasil e pelo México (13 cada), e depois pelo Equador e pelos Estados Unidos, ambos com 12 mortes.
Na Europa, o continente com o maior número total de mortes por covid-19, foi confirmada a morte de cinco jornalistas na Rússia e outros tantos no Reino Unido, além de três em Espanha.
“Os trabalhadores de comunicação social têm um papel importante a desempenhar na luta contra o novo vírus, precisam de informar sobre a propagação da doença, mas vários morreram devido à falta de medidas de proteção adequadas no exercício da sua atividade”, afirmou o secretário-geral do PEC, Blaise Lempen.
Centenas de outros jornalistas foram contagiados com a doença da covid-19, que também forçou o encerramento temporário de vários meios de comunicação, disse o PEC, com base em dados de associações nacionais de jornalistas e colaboradores da organização.
Os nomes dos jornalistas que morreram na pandemia e que foram registados pela Organização Não-Governamental podem ser encontrados no seu site oficial www.pressemblem.ch.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 373 mil mortos e infetou mais de 6,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Cerca de 2,6 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (mais de 2,9 milhões, contra mais de 2,1 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 163 mil, contra mais de 179 mil).
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (105.099) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,8 milhões).
Seguem-se o Reino Unido (39.045 mortos, mais de 276 mil casos), Itália (33.475 mortos, mais de 233 mil casos), o Brasil (29.937 mortes e mais 526 mil casos) França (28.833 mortos, mais de 189 mil casos) e Espanha (27.127 mortos, mais de 239 mil casos).
A Rússia, que contabiliza 4.855 mortos, é o terceiro país do mundo em número de infetados, depois dos EUA e Brasil, com mais de 414 mil.
Por regiões, a Europa soma mais de 178 mil mortos (mais de 2,1 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 112 mil mortos (mais de 1,9 milhões de casos), América Latina e Caribe mais de 51 mil mortos (mais de 1 milhão de casos), Ásia mais de 16 mil mortos (mais de 560 mil casos), Médio Oriente mais de 9.600 mortos (mais de 413 mil casos), África com 4.344 mortos (mais de 152 mil casos) e Oceânia com 132 mortos (mais de 8.500 casos).