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Rússia prevê plano de relançamento de 65 mil milhões de euros

Foto EPA
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O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, avaliou hoje em 5 biliões de rublos (65 mil milhões de euros) o plano de relançamento da economia, severamente atingida pela pandemia do novo coronavírus.

O plano destina-se a “estabilizar a situação” até ao final do corrente ano, para garantir se seguida “nos terceiro e quarto trimestre de 2021, um crescimento estável da economia”, referiu no decurso de uma reunião em videoconferência com o Presidente Vladimir Putin transmitida pela televisão.

Para além de um estímulo à economia, o plano que deverá ser aplicado até ao final de 2021 também se destina a aumentar os rendimentos da população e reduzir o desemprego.

O encerramento parcial da economia em finais de março para conter a pandemia implicaram uma forte quebra na produção do país, já atingido pela queda abrupta dos preços do petróleo.

O plano está longe dos montantes desbloqueados na União Europeia e Estados Unidos, mas não deixa de ser significativo para a Rússia.

Mishustin indicou que o plano de relançamento consiste em “cerca de 500 medidas concretas”, que não revelou os detalhes.

O primeiro-ministro também não precisou como será organizado o financiamento, e quando até ao presente a Rússia evitou recorrer às suas reservas: 130 mil milhões de euros do seu Fundo soberano, constituído nos últimos anos devido aos preços favoráveis do petróleo.

Para além das promessas em “assegurar o restabelecimento do emprego e dos rendimentos” dos russos, Mishustin também prometeu “mudanças estruturais a longo prazo” para a economia russa.

As autoridades admitem uma queda do PIB de 9,5% no segundo trimestre e de 5 a 6% no conjunto do ano de 2020. Esperam que a economia regresse ao seu nível anterior à crise a partir de 2022.

Em paralelo, e ao organizar em 01 de julho o seu grande referendo constitucional, Putin pretende assinalar um rápido regresso à normalidade, após o parêntesis do coronavírus e retirar argumentos às vozes críticas.

“Regressamos à vida normal”, afirmou na segunda-feira o Presidente russo, ao anunciar o calendário do voto popular sobre as emendas à Constituição e que, designadamente, lhe fornecem a possibilidade de se manter no poder até 2036, quando cumprir 86 anos.

Alguns dias antes, Putin ordenou a para 24 de junho a celebração de outro grande acontecimento, o grande desfile militar que deveria ter decorrido em 09 de maio para celebrar a vitoria soviética sobre os nazis.

Segundo um estudo de opinião hoje publicado pelo instituto independente Levada, dois em três russos referiram que vão votar, com 44% a pronunciarem-se pela reforma, contra 32% que se opõem.

No entanto, a revisão constitucional também inclui medias populares: instauração de um salário mínimo, indexação das reformas, ou ainda definição do casamento como uma união heterossexual.

A popularidade de Putin mantém-se elevada (63% de opiniões favoráveis), mas segundo a Levada perdeu 20 pontos em dois anos.

O líder do Kremlin pretende associar o seu principal projeto para 2020 ao que define como um sucesso da sua política de combate à pandemia: 5.037 mortos pela covid-19, e não em dezenas de milhares como na Europa ocidental.

A Rússia iniciou o fim do confinamento de forma gradual a partir de 12 de maio. Moscovo, a capital e epicentro da epidemia, apenas reabriu o comércio na segunda-feira, o dia do anúncio da data do referendo.

O país ainda regista 8.000 a 9.000 novos casos diários, num total de 425.000, o terceiro a nível mundial.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 375 mil mortos e infetou mais de 6,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,6 milhões de doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (105.147) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,8 milhões).

Seguem-se o Reino Unido (39.045 mortos, mais de 276 mil casos), Itália (33.475 mortos, mais de 233 mil casos), o Brasil (29.937 mortes e mais 526 mil casos) França (28.833 mortos, mais de 189 mil casos) e Espanha (27.127 mortos, mais de 239 mil casos).

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