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Foram acusados os polícias de Atlanta que tiraram jovens de um carro

Foto EPA
Foto EPA

Seis agentes da policia de Atlanta, nos EUA, foram acusados, depois de aparecerem num vídeo em que retiravam dois jovens de um carro, durante os protestos pela morte de George Floyd, disseram as autoridades.

Na noite de sábado, um casal jovem foi retirado de forma violenta de um carro, por polícias de Atlanta, e as imagens começaram a circular nas redes sociais e nos noticiários televisivos, quando aumentavam de tom os tumultos em dezenas de cidades norte-americanas, por causa da morte de Floyd, o homem negro morto sob escolta policial.

Hoje, o procurador Paul Howard, de Atlanta, anunciou que os polícias foram alvos de acusações judiciais.

“Sinto-me um pouco mais seguro, agora que esses monstros estão fora de serviços e não conseguem aterrorizar ninguém”, disse Messiah Young, um dos jovens que foi arrastado do veículo, juntamente com a sua namorada, Taniyah Pilgrim, quando foram parados por uma operação policial, durante as manifestações.

No vídeo, pode ouvir-se os jovens a gritar e a perguntar o que estava a acontecer, enquanto a polícia os empurrava para fora do carro.

Dois dos agentes envolvidos, Ivory Streeter e Mark Gardner, foram logo demitidos no domingo, sendo agora acusados de agressão agravada.

Dois outros polícias são também acusados de agressão agravada e outros dois são acusados de danos materiais a bens e de terem apontado uma arma de fogo.

A ‘mayor’ de Atlanta, Keisha Lance Bottoms, disse que Pilgrim foi libertada sem acusações e que Young também já tinha sido libertado, pedindo que as acusações contra ele sejam retiradas, sem as especificar.

Um relatório policial diz que Young foi acusado de tentar fugir à polícia e de conduzir sem carta de condução válida.

O vídeo divulgado nas redes sociais mostra a polícia levando um outro jovem, sob custódia, numa rua ao lado, enquanto pedia para ser libertado, dizendo que estava inocente.

Young aparece sentado no lugar do condutor, segurando um telemóvel e parecendo estar a filmar quando um polícia se aproxima e abre a porta do veículo.

“Não vou morrer hoje”, disse Young, pedindo aos polícias para libertarem o outro homem.

Nessa altura, o carro ficou cercado pelos polícias, que tentaram tirar Young e Pilgrim do seu interior, enquanto batem e partem uma janela.

Quando o vidro cedeu, um agente usou uma arma de choque em Young enquanto outros gritam para ele tirar as mãos dos bolsos.

“Ele pegou numa arma”, ouvia-se um dos polícias dizer, enquanto tentavam dominar o jovem, amarrando-lhe as mãos e afastando-o.

“Fico muito feliz por eles estarem a ser responsabilizados pelas suas ações”, disse Taniyah Pilgrim, sobre as acusações hoje apresentadas contra os polícias.

George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.

Pelo menos quatro mil pessoas foram detidas e o recolher obrigatório foi imposto em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, mas diversos comentários do Presidente norte-americano, Donald Trump, contra os manifestantes têm intensificado os protestos.

Os quatro polícias envolvidos no incidente foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi detido, acusado de assassínio em terceiro grau e de homicídio involuntário.

A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.

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