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O Crime compensa e faz bem à saúde!

Todos os dias abro os jornais, e deparo com fotos legendadas, de ex-ministros, ex governantes, administradores ainda no activo e já com um pé ou os dois pés de fora, mas com responsabilidades em cada um dos dedos das bases que os mantêm de pé e seguros. Em nenhum deles vejo um ar de má disposição, atrapalhação, preocupação. Sorridentes quase todos, felizes, e a parecerem limpinhos de fato e gravata de costureiro famoso. Todos acusados, segundo os relatos escritos, do que estão suspeitos de crime e sujeitos a condenações, diversas. A Justiça ameaça-os que os vai submeter a julgamento pelos crimes cometidos, e não são poucos nem de baixo valor. Eles, ao que se lê, só não levaram das Empresas que “conduziram”, as cadeiras fofinhas em que se sentavam e espreguiçavam, entre dois cafezinhos e algum encanto. Mas ao que se adivinha, continuam numa estilo de vida, confortáveis e no luxo, que as fortunas “desviadas”, sempre permitem. Está comprovado, assim, que o Crime de colarinho branco gomado e em boa companhia, faz bem à saúde. É capaz de dar trabalho para lá chegar, mas uma vez atingido o objectivo, o que é necessário, é um cofre largo e um gerente amigo em Banco que os receba, por cá e além, em gabinete tranquilo e sigiloso, que seja cego, surdo e mudo. Eles percorrem algum risco, mas são bem compensados pelo esforço que fazem para gerir tão grandes Empresas, onde colhem e depositam bons lucros, e satisfatório rendimento. Todos têm nome, mas nem todos os nomes foram ainda chamados a prestar contas dos saques, dos buracos, desvios, ou cambalhaços que cometeram. A Justiça perdoa-lhes quase todos os desfalques e por isso reduz-lhes as penas ou substitui-as por ressarcimentos de alguns milhões, perdendo os que ficam por pagar ao Estado e contribuintes, os restantes. Os julgamentos em tribunais, costumam dar em nada, e dão a advogados de nomeada parte dos lucros retidos pelos ex e activos governantes, agora ainda só sob suspeita e em gozo de férias, que a quarentena foi-se. Eu, por mim, já me contentava se ganhasse por mês, o valor que lhes custa uma garrafa de Champanhe espremido de castas superiores, que eles consomem por dia lá pelos paraísos que eles frequentam. É que a minha sede de Justiça, é maior do que a deles de tais bebidas raras, saborosas, bem decantadas e espumadas. Vai uma taça?

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