O “menos mau” do vírus!
Se olharmos para os efeitos devastadores - sobre todos e quaisquer pontos de vista- deste vírus, evidentemente que, custa lhe reconhecermos algo do qual lhe possamos classificar de positivo.
Os milhares de mortes e de doenças gravíssimas que ele causou e continua a causar, só por si, dizem dos efeitos nefastos que ele veio causar em todo o mundo.
A par disso, vem todo o mal ocasionado nas economias de todos os países, mais o descalabro do desemprego, o aumento substancial da fome e da miséria e todo um rosário de consequências daí advindas, dificilmente avaliáveis.
Contudo, a passagem deste minúsculo ser pelo mundo, obriga-nos a pensar, a meditar profundamente de que, afinal, não temos – nem o homem, nem os países - o tal poder que imaginamos possuir.
Não somos tão fortes, tão poderosos, quanto pensamos ser.
Onde estão e para que servem as armas, os misseis, as bombas atómicas e nucleares? Os exércitos poderosos e equipados com todo aquele material bélico sofisticado? Mais os aviões, navios-de-guerra e tudo o que se propaga e nos faz convencermos de que somos os maiores, os mais fortes, os donos deste mundo?
Nada disto serve para combater e anular um minúsculo vírus incapaz de ser visto a olho nu!
Todo esse aparato bélico, no fundo, só serve para nos matarmos a nós próprios!
Para destruirmos o que deveria ser preservado, nem que fosse pelo respeito àqueles que, outrora, com meios primitivos, à custa do seu trabalho, do seu esforço e canseira, construíram.
Também estas gerações mais novas e outras mais adultas mas convencidas de que ainda são jovens, poderão e deverão tirar ensinamentos deste momento de pesadelo que o mundo atravessa.
Que não foi o primeiro e certamente não será o último.
O” covid19” veio mostrar que, o “vamos viver o dia-a-dia” esquecer o passado e não se preocupar com o futuro, é um sistema de vida que deverá ser repensado.
Sabemos que, a esmagadora maioria dos que trabalham neste País têm salários miseráveis, provavelmente não lhes dá para fazer face às suas despesas, mas sabemos também que há uma faixa da sociedade que desfruta de rendimentos suficientes que, nuns casos não fosse a sua ambição desmedida e noutros tivessem apenas dado uma outra orientação à sua vida, hoje não estava a passar pelas dificuldades que passa, poderia menorizar os problemas surgidos na sequência da pandemia verificada.
Como diz o povo “ tinham o rei na barriga”, viviam a vida a seu belo prazer, mas agora, perante os problemas que atravessam, entendem que o ESTADO é que lhes deve deitar a mão, ou melhor, que o GOVERNO - com o dinheiro de todos nós-é que lhes deve resolver os problemas, lhes fazer voltar o mais depressa possível ao “regabofe” que era a vida que levavam.
E isso a acontecer, preocupa-nos bastante.
Porque vai tratar-se de dinheiro que todos nós vamos pagar.
Juvenal Pereira