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Atirar pedras com telhados de vidro...

A semana passada na Assembleia da República foram aprovados dois documentos de muita importância para a Madeira e que se referem a financiamentos diretos ou indiretos para uso do Governo Regional, que se sentia asfixiado no que diz respeito a apoios por causa da pandemia. Já aqui tive oportunidade de aplaudir todos aqueles que trabalharam, que lutaram para que a dita pandemia não fizesse vítimas mortais na nossa terra e por isso não voltarei a esse tema.

Na sexta-feira por volta das 17 horas e qualquer coisa ouvi uma entrevista na RDP em que participaram dois deputados madeirenses, um do PS, o Carlos Pereira e outra do PSD, a Sara Madruga. Esta senhora deputada, mais uma vez e como de costume, portou-se mal, não deixando o seu interlocutor falar. Parecia uma autêntica matraca e foi necessário o entrevistador altear a voz por várias vezes para que ela deixasse tempo de antena para o seu adversário político, falando em vitórias e repetindo pelo menos umas três vezes. Curiosamente o referido deputado do PS até tinha votado a favor do projeto em causa juntamente com os outros dois deputados eleitos pela Madeira, do PS, logo a vitória também tinha sido dele.

Sobre este tema gostaria de salientar que as verbas que se destinam para a Madeira, estão bem definidas na lei das Finanças Regionais, cuja edição em vigor da autoria de Passos Coelho e aprovada pela maioria PSD/CDS, onde se incluíam os deputados do PSD pela Madeira. Curiosamente faltou-lhes coragem para votarem contra e agora queixam-se daquilo a que chamam de injustiças, quando na realidade foi o que o seu partido aprovou na Assembleia da República. Por outro lado a suspensão, ou um empurrão para a frente dos juros da divida (serão pagos mais tarde) servirá para os financiamentos dos apoios que nunca mais chegam. Os empresários e trabalhadores esperam e desesperam pelos apoios prometidos, mas o que ouvimos são os lamentos do Vice Presidente do Governo Regional a dizer que o Governo da República, numa chantagem emocional rafeira, “ quer matar os madeirenses à fome!!!!” Será mesmo isso ou será falta de competência e de seriedade do Governo Regional que não sabe administrar os dinheiros que arrecada dos impostos que pagamos???? É preciso não esquecer que os impostos cobrados ficam todos na Região e que os pagamentos da chamada Layoff vieram para cá através da Segurança Social, pagos pelo Governo da República. Mas, voltando às promessas não cumpridas, se o Governo Regional tivesse só os adjuntos e assessores suficientes, não aquela quantidade de acordo, não com as necessidades, mas com o numero de “boys”, poderia poupar uma verba que daria para matar a fome a muitos madeirenses. Gasta-se à “tripa forra” e depois grita-se “Aqui del Rei”....

Ainda sobre este assunto, entendo que as coisas devem ser feitas de forma educada, correta e dentro das normas de boa convivência, não aos berros e aos insultos como é costume fazer-se por cá. Contudo não consigo perceber porque razão António Costa não respondeu às pretensões da Madeira e deixou correr as coisas até chegar a uma situação em que acabou por ficar mal no retrato. Ou seja os dois projetos subiram ao plenário da Assembleia da República sabendo-se de antemão o resultado das votações pré anunciado por todos os partidos políticos. Costa sabia que ia perder e mesmo assim manteve a birra de votar contra. Em política nunca se deve dar armas aos adversários!!!!!

Numa nota à margem queria salientar o facto do Governo Regional ter “estrabuchado” com o anuncio da aprovação de umas verbas do continente para cá, pelo deputado Paulo Caôfo, porque entendeu que é que deveria ter sido informado para logo a seguir pôr um deputado regional a anunciar a abertura do Centro de Saúde do Porto Moniz!!!! Pela sua lógica não deveria ter o governo Regional informado o Presidente da Câmara do Porto Moniz????

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