Polícia brasileira prende mais um suspeito em caso de homicídio de Marielle Franco
A Polícia Civil deteve hoje um sargento do Corpo de bombeiros, na cidade brasileira do Rio de Janeiro, alegadamente envolvido no homicídio da vereadora (membro da câmara municipal) e ativista de direitos humanos Marielle Franco.
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, o bombeiro Maxwell Simões Correa, de 44 anos, foi preso por ser dono de um carro onde foram armazenadas as armas do crime, que depois acabaram por ser lançadas ao mar para tentar destruir provas.
“Ele [Maxwell Simões Correa] é responsável pelo crime de obstrução da Justiça. Foi por isso que foi investigado, denunciado e preso. Ele participou da ocultação de várias armas, que foram jogadas no mar. Se a arma usada no crime estava lá, não podemos dizer”, afirmou a promotora Simone Sibillo, responsável pela investigação.
O bombeiro foi detido em casa, uma mansão localizada na Barra da Tijuca, um bairro rico da zona oeste do Rio de Janeiro.
A mansão onde o acusado mora está avaliada em 1,9 milhão de reais (cerca de 340 mil euros). O seu salário mensal é cerca de 6.000 reais (cerca de 1.080 euros).
Marielle Franco e um motorista chamado Anderson Gomes foram mortos a tiros na noite de 14 de março de 2018, quando deixavam um evento político no centro do Rio de Janeiro.
O veículo do bombeiro foi usado por Eliane Pereira Figueredo Lessa, esposa do ex-sargento da polícia Ronnie Lessa, que juntamente com outro ex-agente chamado Elcio Vieira de Queiroz, está preso sob a acusação de executar o crime.
Segundo as investigações, as armas foram escondidas por Eliane com a colaboração de um irmão e amigos, todos já denunciados pelo crime.
Essas armas foram transportadas da casa de Lessa para um supermercado onde estava o carro do bombeiro preso hoje e foram entregues a um barqueiro que as transportou para o mar.
Marielle Franco, negra, criada em uma favela, lésbica, defensora dos direitos humanos e membro do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), foi reconhecida por sua defesa das minorias e por sua forte crítica aos abusos policiais nas comunidades mais pobre do Rio de Janeiro.
As investigações à sua morte continuam a decorrer desde a data do crime, tendo sido para já detidos os dois alegados autores materiais, outros suspeitos de envolvimento no crime, mas falta ainda determinar quem foi o autor moral do homicídio.