Sérgio Marques exige bom senso e apela à solidariedade do Estado para com a Madeira
“O Governo da República e, em particular, o Primeiro-ministro, não podem reclamar solidariedade no plano europeu e, depois, negá-la, no plano interno, a uma região que faz parte do todo nacional e que deveria merecer outra atenção e apoio nesta fase”, critica o deputado Social-democrata, que apela a que Portugal não se esqueça da Madeira quando negociar as verbas que estão previstas, pela Comissão Europeia, para cada um dos seus Estados-Membros
O deputado do PSD/M eleito à Assembleia da República, Sérgio Marques, aproveitou a sua iniciativa de hoje, no Jardim Municipal do Funchal, para desafiar o Governo da República a ser “tão solidário com as suas regiões, nomeadamente com a Madeira, como exige que a União Europeia seja com Portugal”. E isto porque, segundo explica, a postura que a República tem vindo a assumir para com a Região, ao longo dos últimos meses, é semelhante àquela que violentamente criticou, por parte do Ministro das Finanças Holandês, num contrassenso que não faz qualquer sentido quando estão em causa milhares de pessoas que aguardam por respostas e apoios que são da máxima urgência para que se ultrapasse, com sucesso, a crise decorrente da pandemia.
“É importante reconhecer a solidariedade da proposta que a Comissão Europeia apresentou quanto ao fundo global de recuperação, assim como é fundamental que Portugal saiba negociar e promover as ajudas que lhe serão destinadas, de forma justa e equitativa, a todas as regiões do País”, insiste o deputado, lembrando que, de acordo com a referida proposta, este Fundo será dotado de 750 mil milhões de euros, dos quais 500 mil milhões serão transferidos, a fundo perdido, para os Estados-Membros mais intensamente afetados pelo COVID-19.
Sérgio Marques que, referindo-se a esta crise como “talvez a mais grave de sempre com que a União Europeia se confrontou desde a sua criação”, apela a que haja responsabilidade e bom senso por parte das instituições e que, acima de tudo, “a solidariedade fale mais alto nas soluções a encontrar, que são urgentes e que não se compadecem com esta falta de resposta e com esta porta fechada que encontramos, sempre, por parte da República, sempre que estão em causa as nossas pretensões”.
“Quanto temos centenas de milhares de pessoas infelizmente já desempregadas, quando temos mais de 1 milhão de trabalhadores em layoff, quando assistimos ao aumento da pobreza e a condições sociais que diariamente se deterioram, assim como a sistemas de saúde que, para responder à pandemia, tiveram de alterar respostas que ficaram para dar noutras especialidades e cuidados primários, não podemos deixar de agir e de ser solidários com quem mais precisa”, reforça, apelando a que, de uma vez por todas e com a maior celeridade possível, tanto a solidariedade nacional quanto a europeia sejam uma realidade para fazer face às necessidades dos cidadãos.
“À semelhança da União Europeia, é importante que Portugal assuma uma visão solidária para com a nossa Região e é nisso que o PSD irá insistir, até às últimas instâncias e em nome das respostas que não podem faltar a todos os madeirenses e porto-santenses”, remata o deputado.