“É demasiado cedo para declarar vitória” no Líbano
O pior já terá passado no Líbano, mas seria prematuro declarar vitória contra o novo coronavírus, disse hoje o ministro da Saúde libanês à agência France-Presse, quando o país inicia uma nova fase no fim do confinamento.
“Penso que o pior (...) está para trás, mas devemos continuar vigilantes e tomar medidas em todas as regiões”, declarou Hamad Hassan.
De acordo com os números oficiais, o Líbano registou 1.233 casos da covid-19 desde o início da pandemia, incluindo 27 mortes, em seis milhões de habitantes.
O número de mortos é cerca de 10 vezes mais baixo do que o de países com populações comparáveis, como Israel, a Noruega ou os Emirados Árabes Unidos.
Após instaurar o confinamento em meados de março, o governo anunciou no domingo um novo alívio das restrições, adiando o início do recolher obrigatório noturno das 19:00 para a meia-noite.
“É demasiado cedo para declarar vitória, mas marcámos pontos contra este vírus”, declarou Hassan a partir da sua casa em Baalbek, no leste do país.
A maioria dos novos casos são de repatriados da vasta diáspora libanesa, segundo dados do Ministério da Saúde.
O Líbano planeia agora “viagens médicas para ajudar certos países se necessário”, afirmou Hassan.
Os ‘media’ libaneses elogiaram amplamente o governo, incluindo Hassan, pela sua gestão da crise sanitária num país onde o setor da saúde já tinha grandes problemas antes da pandemia e a degradação do Estado é a norma.
O confinamento agravou uma situação já desastrosa no Líbano, país pesadamente endividado e que vive a sua pior crise económica em três décadas.
O governo libanês, que anunciou em março o primeiro incumprimento da sua história, está a negociar uma ajuda de cerca de 11 mil milhões de dólares (9,88 mil milhões de euros) com o Fundo Monetário Internacional.
Segundo um balanço da agência France-Presse, mais de 372.000 pessoas morreram e mais de 6,1 milhões foram infetados em todo o mundo com o vírus SARS-CoV-2, descoberto no final de dezembro em Wuhan (China) e que causa a doença covid-19.
Mais de 2,5 milhões de doentes foram considerados curados.