Sexta noite de protestos nos EUA provocou pelo menos mais três mortos
Pelo menos duas pessoas morreram no Iowa e uma outra no Kentucky, durante a sexta noite consecutiva de distúrbios nos Estados Unidos, onde mais de 40 cidades estão sobre recolher obrigatório, anunciaram as autoridades.
Desde quarta-feira que milhares de pessoas têm saído às ruas de mais de 70 cidades nos Estados Unidos - para protestar contra a morte de George Floyd, um homem negro que morreu sob custódia policial, em Minneapolis - provocando cenas de saque e violência que já levaram vários governos estaduais e pedir a intervenção da Guarda Nacional e mais de 40 cidades a decretar o recolher obrigatório.
Na noite de domingo, a polícia de Davenport, no Iowa, registou duas mortes relacionadas com os distúrbios que tomaram conta da cidade, com os manifestantes a incendiarem cerca de 100 veículos e a vandalizarem dezenas de lojas.
Também na cidade de Louisville, no Kentucky, um homem foi morto à porta de um supermercado, na sequência de atos de violência durante manifestações de protesto contra a morte de Floyd.
As manifestações de protesto têm-se multiplicado, ao longo das últimas seis noites, tendo já ocorrido em mais de 140 cidades norte-americanas.
Minneapolis, onde ocorreu a morte de George Floyd, foi uma das cidades com a noite de domingo mais tranquila, devido ao forte dispositivo policial que tomou conta das zonas de confrontos nos últimos dias.
Uma marcha de vários milhares de pessoas decorreu em ambiente pacífico, apesar de um camião que tentou forçar a passagem entre os manifestantes, quando estes se deslocavam para o capitólio de Minneapolis.
Em Washington, D.C., centenas de pessoas voltaram a reunir-se à volta da Casa Branca, com várias bandeiras e automóveis a serem queimados, apesar da presença de polícias e agentes dos serviços secretos.
Pela primeira vez desde o início dos incidentes, a capital norte-americana teve ordem de recolher obrigatório, a partir das 23:00, e os agentes usaram gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, muito perto da residência do Presidente Donald Trump, que, segundo alguma imprensa, terá sido abrigado num ‘bunker’ da Casa Branca.
Em Nova Iorque, cerca de 5.000 pessoas manifestaram-se, com algumas cenas de violência nos bairros de Union Square e do Soho, onde várias lojas foram saqueadas e vandalizadas.
Entre as centenas de pessoas detidas na manifestação em Nova Iorque contava-se a filha do ‘mayor’ da cidade, Chiara Blasio.
Na costa oeste, em Los Angeles, o toque de recolher obrigatório começou às 18:00 e soldados da Guarda Nacional procuraram manter a tranquilidade, observando de perto uma manifestação que juntou algumas centenas de pessoas.