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Atenas denuncia intenção da Turquia sobre novas prospecções no Mediterrâneo

Foto EPA
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Atenas definiu hoje como “nova provocação” a intenção de Ancara de efetuar novas prospeções de hidrocarbonetos no Mediterrâneo Oriental, na sequência do recente agravamento das tensões entre os dois países vizinhos.

“A publicação no jornal oficial turco de pedidos de autorização da sociedade de petróleo turca de efetuar explorações petrolíferas na região da plataforma continental grega inscreve-se numa série de ações do país vizinho que tenta progressivamente usurpar os direitos soberanos da Grécia”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros grego, Nikos Dendias.

O ministro, citado num comunicado, sublinha que a Grécia “está preparada para enfrentar esta nova provocação, caso a Turquia decida por fim concretizá-la”.

Hoje à tarde, o Ministério dos Negócios Estrangeiros grego convocou o embaixador da Turquia, segundo a agência noticiosa grega Ana.

Na sexta-feira, o ministro da Energia turco, Fatih Donmez, indicou que o seu país “poderia começar a procurar [hidrocarbonetos] dentro de três ou quatro meses” no Mediterrâneo oriental no âmbito de um controverso acordo concluído em novembro de 2019 com a Líbia.

Fatih Donmez não precisou onde poderiam ser efetuadas estas prospeções.

À semelhança de diversos países desta região do Mediterrâneo, a Grécia denunciou o acordo turco-líbio nos termos do qual a plataforma continental da Turquia é substancialmente alargada, indica a agência noticiosa AFP.

Atenas considera que este acordo tem por objetivo aumentar a influência da Turquia no Mediterrâneo, onde Ancara efetuou recentemente prospeções exploratórias nas proximidades de Chipre, suscitando protestos dos países vizinhos, Chipre, Grécia e Egito.

A União Europeia (UE) também denunciou estas “prospeções ilegais” e ameaçou Ancara com sanções.

“As ações ilegais da Turquia (...) não podem atentar contra a soberania grega baseada no direito internacional e no direito marítimo”, sublinhou ainda Nikos Dendias.

As relações grego-turcas registaram recentemente um aumento da tensão, com Ancara a tentar obter o apoio da UE sobre as suas reivindicações na Síria e sobre a questão migratória”, acrescenta a AFP.

Na semana passada, Atenas enviou “por precaução” 400 polícias para a sua fronteira terrestre com a Turquia (nordeste) com o objetivo de impedir um eventual fluxo de migrantes, como sucedeu em fevereiro.

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