Família de George Floyd pronta para divulgar resultados de autópsia independente
O advogado da família de George Floyd tenciona anunciar hoje as conclusões de uma autópsia independente ao corpo do afro-americano morto após um polícia lhe ter pressionado o pescoço com o joelho.
Floyd, um homem negro, que na altura estava algemado, morreu depois de um agente, branco, ter ignorado os pedidos de transeuntes para sair de cima dele e os apelos da vítima de que não conseguia respirar.
A sua morte, registada num vídeo captado por um cidadão, desencadeou protestos em Minneapolis, que se espalharam por cidades de todos os Estados Unidos da América.
Segundo os procuradores, os resultados preliminares de uma autópsia oficial, na semana passada, referem que os efeitos conjugados de ter estado imobilizado, a existência de potenciais elementos tóxicos no sistema de Floyd e os seus problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas, contribuíram provavelmente para a sua morte.
Não foram avançados pormenores sobre os elementos tóxicos e os resultados toxicológicos podem demorar semanas.
Na chamada para o 911 (número de emergência), que alertou a polícia, a pessoa que ligou descreveu o homem como suspeito de pagar com dinheiro falso e “muito bêbedo, sem controlo sobre si próprio”.
A queixa criminal refere que a autópsia “não revelou quaisquer evidências físicas que sustentem um diagnóstico de asfixia traumática ou estrangulamento”.
Ben Crump, o advogado que representa a família de George Floyd, disse na semana passada que iria solicitar, a pedido da família, uma autópsia a uma entidade independente, para obter uma perícia imparcial.
O agente que se ajoelhou no pescoço de Floyd, Derek Chauvin, foi acusado de homicídio e homicídio involuntário em terceiro grau, e encontra-se detido numa prisão estatal. Os outros três agentes no local foram despedidos no dia seguinte à morte de Floyd, mas não foram acusados.
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu na noite de dia 25 de maio, em Minneapolis, após uma intervenção policial violenta, cujas imagens foram divulgadas na internet.
Floyd foi detido por suspeita de ter tentado pagar com uma nota falsa de 20 dólares num supermercado.
Num vídeo filmado por transeuntes e divulgado nas redes sociais, é possível ver um dos agentes pressionar o pescoço de Floyd com o joelho durante vários minutos.
No mesmo vídeo, vê-se Floyd a dizer ao polícia que não consegue respirar.
Desde então, várias cidades norte-americanas, incluindo Washington e Nova Iorque, têm sido palco de manifestações, com os protestos a resultarem frequentemente em confrontos com a polícia, tendo ocorrido pelo menos três mortes.