Wall Street fecha em alta com investidores a ignorarem protestos e crise com China
A bolsa nova-iorquina fechou hoje em alta, com os investidores a privilegiarem a perspetiva da reabertura da economia, em vez da tensão crescente sino-norte-americana ou das manifestações contra as brutalidades policiais nos EUA.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average avançou 0,36%, para os 25.475,02 pontos, e o tecnológico Nasdaq 0,66%, para os 9.552,05.
Da mesma forma, o alargado S&P500 valorizou 0,38%, para as 3.055,73 unidades.
“Os investidores estão focados claramente na reabertura da economia”, considerou Karl Haeling, da LBBW.
“A tendência é para a diminuição de novos casos (de covid-19) e as autoridades continuam a dar apoio financeiro, tanto orçamental como monetário”, disse.
Como numerosos investidores reduziram em muito a sua exposição ao mercado acionista desde o início da crise sanitária, têm tendência a colocar dinheiro de novo nas empresas cotadas, avançou o analista.
Neste contexto, as duas fontes principais de inquietação no dia foram relegadas para segundo plano.
Na frente das tensões sino-norte-americanas, a China admitiu hoje fazer um “contra-ataque”, depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar uma série de sanções e restrições visando interesses chineses.
Segundo a agência Bloomberg, as autoridades chinesas já instruíram as empresas públicas que suspendessem as suas compras de produtos agrícolas norte-americanos.
Mas “os investidores parecem estimar que os dois países não vão chegar a renunciar ao acordo comercial parcial assinado em fevereiro”, ainda segundo Haeling.
Sobre as manifestações, por vezes violentas, que se têm sucedido nos EUA nos últimos dias, “a história mostra que não há correlação entre os problemas sociopolíticos e o mercado acionista norte-americano”, sublinhou Nicholas Colas, do gabinete DataTrek.
“O que importa agora aos investidores é saber quando e como a economia norte-americana vai recuperar da crise de covid-19”, realçou. A este respeito, entendeu que “se as manifestações ou as consequências políticas começarem a afetar a confiança dos consumidores, então isso vai pesar sobre o preço das ações durante mais do que uma semana ou duas”.
Alguns observadores “receiam também que as manifestações levem a uma nova vaga de casos de covid-19, que possa levar alguns estados a reinstalar medidas de confinamento”, disse Haeling.
“Mas estas tensões deixam supor que os responsáveis parlamentares vão estar mais inclinados a adotar uma nova série de medidas de apoio”, acrescentou.