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Possibilidade de segunda vaga pode adiar fase de recuperação nos Açores

Foto Lusa
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Os Açores podem não ter de passar pela fase de mitigação, mas a Autoridade de Saúde Regional alerta para a possibilidade de uma segunda vaga do vírus poder adiar a fase de recuperação.

“Estamos numa fase intermédia, de transição entre a contenção alargada e a recuperação, tendo saltado, felizmente, a fase de mitigação. Não podemos dizer que estamos já na fase de recuperação, porque mantemos ainda algumas das medidas de contenção alargada que foram implementadas no início de março”, adiantou Tiago Lopes.

Na sua comunicação diária, o responsável máximo pela Autoridade de Saúde Regional dos Açores explicou que o plano de contingência regional previa as fases de preparação, contenção, contenção alargada, mitigação e recuperação.

“Esta seria a gradualidade, mas penso que o mais provável é que façamos uma regressão nas diferentes fases e, da contenção alargada, passar para a contenção, porque aquilo que era expectável, de passarmos pelo surto e não voltarmos a sofrer com o mesmo, não se perspetiva neste momento, atendendo àquilo que nos tem chegado de além-fronteiras: casos de reinfeção, um novo impulso do surto em determinados países”, esclareceu.

Tiago Lopes afirmou não saber se o arquipélago vai “entrar verdadeiramente numa fase de recuperação, porque já se fala numa eventual segunda vaga”.

“Acho que iremos sempre manter alguma contenção associada ao combate a este surto”, acrescentou o também diretor regional da Saúde dos Açores.

Segundo o responsável, a passagem para outra fase de alerta e resposta no combate ao surto “tem a ver com a envolvência e situação epidemiológica dentro e fora da região”.

A possibilidade de uma segunda vaga do novo coronavírus é “uma ameaça latente”, razão pela qual a região irá, “por um longo período de tempo, manter toda a vigilância e toda a monitorização” do que se passa dentro e fora do arquipélago, garantiu o governante, que está a prestar atenção a como é que outros países, nomeadamente os do hemisfério sul, onde se entra agora no inverno, lidam com o surto durante a época gripal.

Na fase atual, que é de transição o executivo regional está “a procurar, e daí a terminologia, medidas de flexibilização, precisamente para terem essa flexibilidade entre as duas fases”.

Para a reabertura dos estabelecimentos, que acontecerá a ritmos diferentes nas várias ilhas, o executivo regional já distribui circulares com as medidas a adotar para clínicas e consultórios de saúde oral, creches, jardins de infância, centros de noite, de dia, de convívio e de atividades ocupacionais, transportes coletivos de passageiros e estabelecimentos comerciais, bem como para o reinício das celebrações religiosas comunitárias, que acontece a 18 maio para todas as ilhas, menos São Miguel e Graciosa, que retomam a 31 de maio.

O Governo Regional está, ainda, a rever e a atualizar as circulares de conduta para a restauração e para “acessos à orla marítima, prática de atividade física, pesca lúdica, náutica e de recreio e atividades marítimo-turísticas”.

Até ao momento, os Açores contam um total de 144 casos, verificando-se 78 recuperados, 15 mortes e 51 casos positivos ativos para infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, sendo 42 em São Miguel, um na ilha Terceira, dois na Graciosa, um em São Jorge, três no Pico e dois no Faial.

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