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Estamos todos no mesmo barco?

Os testes aos membros do Governo Regional feitos em segredo dão o sinal, infelizmente não estamos todos no “mesmo barco” nesta pandemia.

Os números da Covid-19 na Madeira estão muito abaixo dos quadros tremendos de outras paragens, o Governo tomou medidas assertivas para prevenir a propagação da doença, a população respondeu à altura, os profissionais de saúde foram inexcedíveis e a pandemia parece estar controlada. Foram tomadas medidas de emergência para mitigar o impacto do confinamento no emprego e nos negócios, mas dada a dimensão da crise qualquer resposta será insuficiente...

E estamos numa crise que ninguém sabe dizer qual será a duração nem a intensidade, mas que será muito difícil e todos temos de fazer ajustamentos nos gastos e nas prioridades em casa, nos negócios, nas associações e no Governo.

Mas o Governo Regional não dá sinais de querer ajustar os seus planos, para além da resposta de emergência que já referi: as obras públicas são para avançar sem rever as prioridades; Os custos com as concessões rodoviárias são para manter (foram 80 milhões os lucros privados em 2019); os apoios ao futebol e ao rali são intocáveis; a festa da flor foi reagendada para setembro em cima da festa das vindimas; o apoio à compra de carros elétricos continua como prioridade; despejam-se milhões na APRAM e nas “sociedades de endividamento” como se não houvesse crise; saem apoios à rádios locais, a Horários do Funchal desbarata cem mil Euros para fazer guerrilha nos tribunais à Câmara do Funchal; os lucros de milhões nas concessões dos portos ou das inspeções automóveis são “vacas sagradas”.

As despesas previstas para 2020 são todas essenciais? Não há gastos supérfluos que possam ser cortados responder à emergência social? A única consequência é exigir mais dinheiro a Lisboa?

A solidariedade nacional terá de existir, mas ao contrário do 20 de fevereiro ou dos incêndios de 2016, esta crise não tocou apenas a Madeira, a calamidade afeta todo o País. E a solidariedade externa não desobriga a Região de redefinir a suas opções e prioridades, ninguém compreenderá que certos setores sejam poupados aos sacrifícios que a maioria dos madeirenses já está a sofrer. Mas para já não há sinais nesse sentido do Governo Regional, para já não estamos todos no mesmo barco. A banda continua a tocar a mesma música (turismo, construção e CINM) como se o amanhã fosse igual a ontem...

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