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País

Açores sem registo de constrangimentos na reabertura de serviços

O responsável da Autoridade de Saúde Regional dos Açores disse ontem que não foram registados “constrangimentos de maior” no primeiro dia de retoma de atividade de vários setores em sete das nove ilhas do arquipélago.

“Claro que todas as medidas que são recentemente implementadas provocam sempre constrangimentos no dia-a-dia da população e de qualquer cidadão residente na região. Não tendo chegado nenhuma situação em concreto de maior de um especial ou significativo constrangimento, é natural que existam e se assim acontecer, e chegando ao nosso conhecimento, iremos tentar retificar na medida do possível”, afirmou Tiago Lopes.

O também diretor regional da Saúde dos Açores falava, em Angra do Heroísmo, no ponto de situação diário sobre a evolução do surto da covid-19 na região.

Foi ontem autorizada a abertura de estabelecimentos comerciais, industriais e de prestação de serviços em sete das nove ilhas dos Açores: em Santa Maria, Flores e Corvo, que continuam sem registo de casos positivos da covid-19, e em São Jorge, Terceira, Pico e Faial, onde não se verificam novos casos de infeção há mais de um mês.

Nas ilhas sem qualquer caso de infeção pelo novo coronavírus foram também retomados os serviços da administração regional e reabertos jardins de infância, creches, centros de noite, centros de dia e de convívio, bem como museus, bibliotecas públicas, jardins, estabelecimentos de diversão noturna, ginásios e zonas balneares.

Questionado pelos jornalistas sobre a retoma das visitas de familiares a utentes de estruturas residenciais para idosos, Tiago Lopes disse que “ficarão ainda suspensas durante algum período de tempo”.

“Estamos a viver esta fase de retoma, de regresso a uma nova normalidade e temos ainda de permitir a essas entidades algum ajuste a estas novas dinâmicas. Nesse sentido, será de acautelar ainda a manutenção dessa suspensão, não invalidando que mediante o acompanhamento e evolução do surto aqui na região possam de um momento para o outro ser alteradas, consoante as necessidades”, afirmou.

Quanto ao convívio entre familiares, o responsável da Autoridade de Saúde recomendou “bom senso” e “ponderação”, para evitar “deitar tudo a perder”.

“É natural que as pessoas agora retomem o seu convívio ao nível familiar, mas devem atender àquilo que temos recomendado e às orientações que temos fornecido, para que o evitem, na medida do possível, durante mais algum tempo, e na estrita necessidade de o fazerem, que o façam de forma segura, com todas as medidas que temos já transmitido, em termos de distanciamento, de lavagem frequente das mãos e etiqueta respiratória”, frisou.

A TAP deverá reduzir as suas ligações de Lisboa para Ponta Delgada (São Miguel) de três para dois voos semanais e aumentar as ligações semanais para a ilha Terceira de uma para duas, de 18 a 31 de maio.

Questionado sobre estas alterações, Tiago Lopes disse que a Autoridade de Saúde Regional está a acompanhar a situação “independentemente do número de ligações aéreas que possam ser realizadas para a região”.

“Importa-nos efetivamente é atender e ter atenção a todos os passageiros que desembarcam na região, por via a acautelarmos qualquer tipo de transmissão proveniente do exterior da região, de algum passageiro portador do novo coronavírus, que possa de um momento para o outro desencadear um novo foco de transmissão ao nível local”, sublinhou.

Os Açores não registaram ontem novos casos de infeção pelo novo coronavírus, mas ocorreu mais um óbito, uma mulher de 82 anos, que se encontrava internada no Hospital do Divino Espírito Santo em Ponta Delgada.

Este é a 15.ª morte em doentes com covid-19 na região e a 11.ª em utentes do lar da Santa Casa da Misericórdia do Nordeste, onde foram infetados 38 idosos e 12 funcionários.

Desde o início do surto foram confirmados 144 casos da covid-19 no arquipélago, 65 dos quais atualmente ativos, tendo ocorrido 64 recuperações (42 em São Miguel, nove na Terceira, cinco em São Jorge e cinco no Pico e três na Graciosa) e 15 mortes (em São Miguel).

A ilha de São Miguel é a que registou mais casos (106), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (cinco).

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