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Sonae Indústria com prejuízos de 1,2 milhões no primeiro trimestre do ano

A Sonae Indústria teve um prejuízo de 1,2 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, uma quebra relativamente a igual período do ano passado, em que o resultado tinha sido positivo em 1,2 milhões.

Segundo comunicou a empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a evolução do resultado líquido quando comparado com o mesmo período do ano passado “é principalmente explicada pelas reduções dos resultados relativos a empreendimentos conjuntos” (participação de 50% na Sonae Arauco).

A empresa diz, contudo, que os resultados líquidos melhoraram quando comparados com o último trimestre do ano passado, sobretudo devido ao facto de esse trimestre “incluir efeitos não recorrentes negativos de cerca de 9,2 milhões de euros”.

O EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado do trimestre atingiu 5,3 milhões de euros, um aumento de 0,7 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado e de cerca de 0,4 milhões de euros face ao trimestre anterior, essencialmente explicados pelo desempenho do EBITDA recorrente.

A nota do presidente do Conselho de Administração publicada junto com os resultados do trimestre indica que estes foram marcados pelo desempenho mais fraco em março, quando se começou a assistir a uma diminuição do nível de encomendas dos clientes em algumas regiões e, na parte final do mês, com a atividade a reduzir significativamente na sequência das medidas impostas pelos governos de vários países (incluindo Canadá, EUA, África do Sul e Espanha) com o objetivo de conter a propagação da covid-19 e que conduziram ao encerramento temporário, parcial ou total, das unidades industriais da Sonae nessas regiões.

Paulo Azevedo diz ainda que, na sequência do surto de covid-19 e em resultado das limitações do mercado ou das imposições dos governos, a Sonae tem atualmente várias unidades industriais a operar com níveis muito baixos de atividade, ou paradas, sublinhando que “o impacto financeiro no ano será muito significativo”.

“Estamos a trabalhar com os nossos bancos para acomodarmos esta situação extraordinária. Nestas condições, a extensão da oferta de obrigações subordinadas ao mercado, que esperávamos realizar, é infelizmente considerada inviável”, acrescenta.

O volume de negócios consolidado do primeiro trimestre do ano atingiu cerca de 54,3 milhões de euros, uma redução de 4,4% face ao mesmo período do ano passado (-2,5 milhões de euros), devido ao negócio da América do Norte, com menores volumes de vendas.

“Quando comparado com o trimestre anterior, o volume de negócios consolidado reduziu 0,9 milhões de euros, sobretudo devido à evolução cambial desfavorável do Dólar Canadiano face ao Euro, mas também devido a alguma redução dos preços médios de venda no nosso negócio da América do Norte”, esclarece a empresa.

Os encargos financeiros líquidos no primeiro trimestre do ano foram de cerca de 3,2 milhões de euros, o que representa um aumento de 0,3 milhões face ao período homólogo do ano passado, “sobretudo devido a um aumento de cerca de 0,2 milhões de euros nos juros e outros encargos líquidos (explicado parcialmente por um aumento da dívida no Canadá) e a um aumento de 0,2 milhões de euros do efeito líquido negativo das diferenças de câmbio”, refere o documento divulgado no site da CMVM.

A dívida líquida total fixou-se em 213 milhões de euros, uma subida relativamente aos 211 milhões registados no primeiro trimestre do ano passado.

Os resultados do primeiro trimestre do ano da Sonae Indústria indicam ainda que o fundo de maneio consolidado atingiu 15,7 milhões de euros, um aumento de cerca de 5,7 milhões de euros quando comparado com dezembro de 2019, “devido a uma redução do saldo de fornecedores e a um aumento sazonal do saldo de clientes, que mais do que compensaram a redução nas existências”.

Na nota publicada junto dos resultados da empresa, Paulo Azevedo sublinha: “as perspetivas futuras da Sonae Indústria em 2020 serão, em grande medida, determinadas pela duração da pandemia, pelo sucesso das políticas governamentais para combater o vírus, protegendo simultaneamente a economia, e pela eficácia das nossas ações para mitigar os impactos negativos nos nossos negócios e nos prepararmos para a atenuação das medidas dos governos assim que, tal como esperamos, a pandemia seja gradualmente controlada”.

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