>

Ela veio para ficar

Quem diria que um bocadinho de pano,talvez já posto de parte em nossa casa, se tornaria no acessório mais importante neste momento de vulnerabilidade da nossa vida?

Quem diria que seria este pequeno adereço, mais sofisticado ou mais simples, independentemente do padrão ou do tecido que, colocado na nossa cara, nos levaria a olhar-nos olhos nos olhos (tantas vezes evitado) quando falamos com os outros? Agora, só a partir do olhar se pode descodificar o bom ou mau humor,o sorriso ou a falta dele, das pessoas com quem nos formos cruzando.

Este pequeno (desconfortável) objecto,detestado por alguns e amado por outros (os exímios em trocar de máscara quando lhes convém) veio colocar-nos todos em igualdade de circunstâncias no que ao Covid19 diz respeito. Porque qualquer um de nós pode adoecer e morrer do mesmo jeito se não o utilizar.

A máscara unificou as pessoas na medida em que,ricos ou pobres,novos ou velhos,letrados ou analfabetos,todos nós andamos “mascarados” ;nos supermercados, nas farmácias, nas lojas,nos hospitais,nas ruas...e mostrou-nos o verdadeiro sentido da vida.

Deixamos de olhar o outro da cabeça aos pés com sobranceria, pois agora não importa o que traz vestido ou calçado, desde que esteja a usar máscara. Para além da prevenção ao coronavirus,a máscara tem implícitos mais benefícios.

Pudéssemos nós usufruir de qualquer outra,especificamente destinada a proteger-nos do ódio, da violência, da mentira,da falsidade, da ignorância, da imbecilidade, da inveja,da desordem, do caos,da caridade farisaica,da indiferença, do preconceito... Todos estes “atributos “inundam as redes sociais em grande escala, sendo certo que as pessoas que deles fazem uso e abuso são, eventualmente, as que encontra (re)mos por aí quando saimos de casa.

Pela sua e pela nossa saúde, use sempre a sua máscara. Afinal, ela veio para ficar.

Fechar Menu