Consumo regional e exportação em baixa limitam capacidade de frio na lota do Funchal
Teófilo Cunha pede “bom senso” aos pescadores e armadores
Com a safra do atum a caminhar para o período de maior captura, o secretário regional de Mar e Pescas, Teófilo Cunha, pediu “bom senso” aos pescadores e armadores, para que não tragam para terra mais peixe do que as necessidades de consumo.
“Os mercados estão todos praticamente parados, o regional, o nacional e o internacional, o consumo de peixe reduziu drasticamente em todos estes sectores, havendo capturas superiores à oferta, teremos peixe a mais, e não havendo escoamento, os interpostos da Madeira não têm capacidade para conservar todo o peixe capturado”, alertou o secretário.
Teófilo Cunha aponta “a crise pandémica derivada da covid-19, a redução acentuada do consumo regional de peixe e a forte retracção do mercado de exportação para lembrar o quadro em que vivemos, referindo a necessidade de adequar os novos tempos à realidade presente”.
“O apelo que faço, em especial aos pescadores e armadores do atum, é que tenham o bom senso que o Governo Regional tem tido para com todos, desde o início desta situação, porque se todos forem para o mar de uma forma descoordena, isto vai correr muito mal para todos nós”, insiste.
O governante entende que “a única forma de evitar o excesso de peixe é cumprir o acordo de rotatividade que foi estabelecido para as saídas para o mar, pescando apenas as quantidades de consumo que são estimadas a cada semana”.
Teófilo Cunha destaca ainda que, “antevendo que este modelo seria causador da perda de rendimentos”, a secretaria regional de Mar e Pescas criou um apoio monetário no valor total de um milhão 250 mil euros, verbas exclusivas do Orçamento da Região.
O valor base a atribuir a cada pescador e armador é de 438,81 euros, o equivalente a um IAS – Indexante dos Apoios Sociais para 2020.
“Se as capturas deste ano forem iguais às de 2019, em menos de um mês teremos a capacidade de frio esgotada”, acrescenta Teófilo Cunha.