Ventilador da Marinha poderá vir ser comercializado em “dois meses”
A Marinha Portuguesa disse hoje que o primeiro ventilador feito com base no protótipo criado pelos militares poderá estar disponível para comercialização “dentro de dois meses”, tendo já “várias empresas interessadas na coprodução”.
“Se as coisas correrem conforme planeado, numa perspetiva otimista, dentro de dois meses teremos um primeiro ventilador a seguir para o Serviço Nacional de Saúde”, adiantou à Lusa o comandante naval, Alberto Silvestre Correia.
O protótipo do ventilador mecânico de baixo custo, de cerca de 1.500 euros, foi desenvolvido por quatro militares da Célula de Experimentação Operacional de Veículos Não-Tripulados da Base Naval de Lisboa, em Almada, no distrito de Setúbal, para ajudar no combate à pandemia da covid-19.
Na altura da sua apresentação, em 21 de abril, o projeto estava a entrar no processo de acreditação, mas agora já está “no terceiro passo de certificação”, segundo o comandante.
“Agora passa por uma fase de acreditação técnica e depois clínica. Já vamos no terceiro passo dessa certificação e estamos a encetar contactos com empresas eventualmente interessadas em fazer parceria com a Marinha, tendo em vista a sua produção”, explicou.
De acordo com Alberto Silvestre Correia, já “existem várias empresas que estão interessadas na coprodução” do equipamento médico, que compreende os quatro modos de ventilação mais usados do ponto de vista de cuidados intensivos.
“Existe disponibilidade de financiamento, existem várias empresas interessadas em trabalhar connosco e essa empresa que vier a ser selecionada terá a vantagem de associar a sua marca à Marinha. Teremos muito gosto que isso aconteça com uma empresa nacional”, revelou.
Já o ministro da Defesa Nacional, que visitou hoje a Base Naval de Lisboa, avançou que o ministério do Planeamento “manifestou interesse em dar apoio” a este projeto, porque a tutela “tem possibilidade de financiamento de protótipos”.
“Houve um contacto com o ministério do Planeamento e através do ministério do Planeamento com empresas interessadas em desenvolver em escala este produto”, revelou João Gomes Cravinho.
Segundo o governante, este equipamento “pode vir a ser um contributo muito importante” para o país, até pela possibilidade de uma segunda vaga da pandemia da covid-19.
“Nós sabemos que infelizmente temos uma situação em que provavelmente haverá uma segunda vaga. Os ventiladores até agora não têm sido utilizados em pleno, temos sempre mais ventiladores do que tem havido necessidade, mas não sabemos o que o futuro nos pode trazer”, apontou.