Bundesbank apoia medidas, mas defende menos Estado depois da crise
O presidente do Bundesbank considerou necessárias as medidas de política fiscal e monetária adotadas para apoiar as empresas e as famílias, mas defendeu que uma vez terminada a atual crise, “o Estado deve reduzir a sua influência na economia”.
O Bundesbank, banco central da Alemanha, também disse que os bancos alemães estão atualmente a conceder empréstimos mais urgentes às empresas para superar as dificuldades geradas pela pandemia da covid-19.
Representantes do Bundesbank, das autoridades de supervisão financeira alemãs BaFin e do Banco Central Europeu (BCE) debateram hoje as consequências da pandemia covid-19 para os bancos alemães numa conferência virtual.
“A oferta urgente de crédito necessário funciona. Os bancos assumem uma tarefa central para superar a crise e cumprem-na com compromisso pessoal e com sucesso”, disse Joachim Wuermeling, membro do conselho de administração do Bundesbank.
Muitos empréstimos são concedidos apenas com garantias estatais, mas Wuermeling agradeceu aos bancos alemães por assumirem a responsabilidade e contribuírem para a recuperação da economia alemã.
Atualmente, 34% das 3.900 agências de grandes bancos alemães estão fechadas, mas os bancos continuam a operar e a assessorar os clientes pelo telefone ou ‘on-line’, e o dinheiro pode ser retirado dos caixas automáticos, de acordo com o Bundesbank.
“Portanto, não vemos limitações operacionais significativas”, acrescentou Wuermeling.
O Bundesbank afirma que os bancos alemães “estão estáveis neste momento” e têm elevadas reservas de capital para conceder empréstimos, que podem ser utilizados em caso de incumprimentos.
Contudo, Wuermeling precisou que alguns bancos apresentam elevada exposição aos setores da economia real mais afetados pela pandemia, como os da gastronomia, turismo e comércio, nos quais provavelmente surgirão incumprimentos.