A Madeira está de parabéns
A Madeira está de parabéns pela forma como tem enfrentado a pandemia do Covid19. Os resultados são muito, muito positivos e encorajadores. Seja no número de vítimas, número de infetados, doentes nos cuidados intensivos, a forma como os Lares têm enfrentado a pandemia. Todos bons resultados. O civismo dos cidadãos, a liderança do governo, o enorme profissionalismo dos agentes de saúde, dos Municípios, as forças de segurança e militares entre muitos outos Organismos, Instituições e Profissionais todos juntos estamos a conseguir estes resultados que nos devem orgulhar. Mas a guerra contra o Vírus não está ganha. Só estará se mantivermos a disciplina e responsabilidade que esta pandemia obriga.
Já escrevi que, perante esta pandemia, as prioridades dos governos devem ser simultâneas na Saúde, na Economia e no Social. Três prioridades interligadas. Nenhuma pode falhar se não falha tudo. Infelizmente a recuperação mundial parece que será mais lenta do que o inicialmente previsto até porque todos os cuidados são poucos e à menor falha tudo pode voltar ao início. Infelizmente Portugal que é um País com uma “situação económica colada a cuspe” - como já aqui escrevi -, terá maiores dificuldades que muitos outros países e correrá maiores riscos. Desde logo tem o enorme problema da dívida pública além de um Estado alimentado por uma carga fiscal monstra. Em períodos de grandes dificuldades esta é uma mistura explosiva que limita as políticas públicas oportunas numa altura destas. Seja o aumento do investimento público - do bom investimento! - sejam apoios diretos, incluindo a fundo perdido, às Famílias e às Empresas seja reduzindo a carga fiscal sobre as Famílias, Trabalhadores e Empresas. Prioridades que deveriam ser postas em prática mas que em alguns países serão mais limitadas que o necessário devido precisamente às caraterísticas macroeconómicas do País. É o caso de Portugal.
As cerimónias do 25 de abril
Todos os episódios à volta da recente Cerimónia do 25 de abril na Assembleia da República nunca deveriam, para bem do próprio Parlamento, ter acontecido. Foi um conjunto de infelicidades, de erros e precipitações. Mas compreenderão que eu, por razões obvias, não queira alimentar um caso por si só suficientemente lamentável. Mas não posso deixar de dizer que na Vida Política aprecio muito as atitudes de Bom Senso, de Bom Gosto e de Boa Estética Política. Como, pelo contrário, lamento profundamente quando falham. É por isso que não me identifico com nada daquilo que se passou na Assembleia da República. Mas pelas mesmas razões identifico-me totalmente com a Cerimónia do Papa Francisco, sozinho na noite da Sexta Feira Santa, na Praça de São Pedro em Roma. Dispensou, por razões de Bom Senso, ser acompanhado presencialmente por centenas de milhares de fieis. Acabou por ser uma belíssima Cerimónia que comoveu a maioria das pessoas. Mesmo as não católicas. Um dos motivos foi, precisamente, a Estética da Cerimónia. O mesmo com a decisão da Rainha de Inglaterra em não comemorar - nem assinalar - os seus 94 anos. Uma decisão de Bom Senso tendo em conta o tempo que se atravessa. Também apreciei, pelas mesmas razões, a Cerimónia do 25 de abril em Itália quando assinalaram os 75 anos do fim do Fascismo em Itália. O Presidente da República italiano sozinho subiu as longas escadarias de mármore branco do imponente Monumento ao Soldado Desconhecido, bem no centro de Roma, e colocou uma coroa de flores ao Soldado Desconhecido como forma de homenagear todos os que foram vítimas da Ditadura Fascista em Itália. Estes são três exemplos flagrantes onde imperou o Bom Senso, o Bom Gosto e a Estética Política. Infelizmente não foi isso que aconteceu em Portugal. Só mais uma breve referencia a outro episódio que nunca deveria ter acontecido. Ver Altas Figuras do Estado (no mesmo dia 25 de abril) a publicitarem a entrega aos pobres de sacos de plástico com comida... De facto este dia 25 de abril de 2020 disse muito do atual Regime e do Portugal de hoje. Circunstancias que, naturalmente, não me identifico.