Primeiro-Ministro britânico anuncia domingo plano para fim do confinamento
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pretende anunciar no domingo um plano gradual para o final do confinamento, com uma série de medidas para garantir a segurança dentro das empresas, noticia hoje a comunicação social britânica.
Encerramento de cantinas nas empresas, redução no número de escritórios partilhados e limpezas adicionais estão entre as medidas previstas pelo governo para permitir que as empresas retomem as suas atividades, de acordo com a BBC e o Financial Times.
Os funcionários em contacto com o público devem ser protegidos por painéis de plástico e os trabalhadores que possam vão ser encorajados a continuar a trabalhar em casa, de acordo com as recomendações.
Aqueles que precisem mesmo de ir ao escritório vão trabalhar em horários alternados para evitar que os transportes públicos, como o metropolitano ou comboios suburbanos, fiquem cheios.
O regime de confinamento do Reino Unido iniciado em 23 de março foi prorrogado por mais três semanas até quinta-feira, data em que deve ser reavaliado, sendo esperado um novo prolongamento.
Boris Johnson, que regressou ao trabalho na passada segunda-feira após uma infeção grave com o novo coronavírus, prometeu mais detalhes sobre um plano de reabertura esta semana, após receber informação do grupo de especialistas médicos e cientistas que aconselham o governo.
O Reino Unido é atualmente o segundo país europeu mais afetado pela pandemia covid-19, tendo registado 28.446 mortes até terça-feira, atrás da Itália ((28.884 mortos).
Os três principais sindicatos ferroviários expressaram preocupação com a “mensagem” transmitida no caso de um aumento no tráfego ferroviário, o que poderia levar os viajantes a acreditar que é seguro usar o comboio.
“A mensagem contraditória pode ser perigosa e levar as pessoas a violarem as regras de viagens e trabalho”, escreveram os sindicatos Aslef, RMT e TSSA numa carta ao primeiro-ministro.
Desde o início do confinamento, o governo tem repetido o apelo para “ficar em casa” e evitar “viagens não essenciais” para evitar a propagação do vírus e a sobrecarga dos serviços de saúde.
Antes de poderem receber os funcionários novamente, as empresas vão ter de fazer uma “análise de risco”, indicam os documentos do governo.
Se a distância recomendada de dois metros entre cada trabalhador não puder ser respeitada, será considerado o uso de roupas de proteção, um ponto que levanta dúvidas.
“É necessária uma recomendação clara”, disse hoje à BBC o presidente-executivo das Câmaras de Comércio Britânicas, Adam Marshall.
A implementação das medidas de distanciamento social nos aeroportos é impossível de pôr em prática nos transportes, avisa John Holland-Kaye, presidente-executivo do aeroporto de Heathrow, o maior da Europa.
“Não vai funcionar na aviação ou em qualquer outra forma de transporte público, e não é o avião, o problema é a falta de espaço no aeroporto. Para um único avião de grande porte haveria uma fila de espera de um quilómetro”, escreve hoje no jornal Daily Telegraph.