Lisboa abre quinto centro de acolhimento de emergência para sem-abrigo
A Câmara de Lisboa vai abrir o quinto centro de acolhimento de emergência para sem-abrigo, na Pousada da Juventude do Parque das Nações, que terá uma capacidade para cerca de 50 pessoas, foi hoje anunciado.
“Iremos abrir um quinto [centro de acolhimento] na Pousada da Juventude do Parque das Nações ainda durante esta semana, tão logo cheguem as equipas que estão contratadas ao ISCTE [Instituto Universitário de Lisboa]”, afirmou o vereador dos Direitos Sociais da autarquia lisboeta, Manuel Grilo (BE), em declarações à agência Lusa.
Devido à pandemia de covid-19, o município já abriu quatro centros de acolhimento de emergência para pessoas em situação de sem-abrigo, no Pavilhão Municipal Casal Vistoso, no Pavilhão da Tapadinha, na Casa do Lago e no Clube Nacional de Natação, que acolhem 220 pessoas por dia.
De acordo com Manuel Grilo, o novo centro de acolhimento, que só é possível com as novas contratações, deverá albergar “mais 50, talvez 60 pessoas integradas nesta resposta”.
“A ver vamos como é que conseguimos depois encaixar as pessoas, de forma a garantir-lhes sempre e em primeiro lugar a segurança e (...) a garantia de prevenção da contaminação com a covid. E isto tem sido desde a primeira hora sempre o nosso propósito e a nossa linha. Não há novas respostas sem garantias de saúde”, realçou o autarca do BE (que tem um acordo de governação do concelho com o PS).
“Por isso mesmo, pedimos à administração regional de saúde que lá fosse, que nos indicasse as melhores maneiras de fazer esta prevenção e também a melhor maneira de ocupar o espaço. Por isso eu digo, não sei se são 50, se são 60. A administração regional de saúde dir-nos-á qual é o máximo que lá colocamos, sem colocarmos em causa esta questão da segurança”, acrescentou o vereador.
Manuel Grilo referiu também que os casais alojados no pavilhão do Casal Vistoso passarão para o novo centro, na freguesia do Parque das Nações, “para quartos duplos com casa de banho própria”.
O vereador dos Direitos Sociais já tinha avançado em abril que a câmara iria financiar a contratação de 50 técnicos para os centros de acolhimento para sem-abrigo, criados para responder à pandemia de covid-19, estimando que viessem a ser criadas mais respostas.
“Serão contratados 50 técnicos da área social, entre assistentes técnicos, assistentes administrativos, técnicos superiores, portanto de vários graus da administração pública”, explicou, na altura.
Em abril, Manuel Grilo defendeu também que as pessoas acolhidas no âmbito da pandemia de covid-19 não regressassem às ruas, tendo proposto ao presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), “que seja mantida a resposta de emergência até ser encontrada a forma de alojamento adequada para estas pessoas”.
Portugal contabiliza 1.063 mortos associados à covid-19 em 25.524 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, há mais 20 mortos (+1,9%) e mais 242 casos de infeção (+1%).
Das pessoas infetadas, 813 estão hospitalizadas, das quais 143 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou de 1.689 para 1.712.
Portugal entrou domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.