Cláudia Monteiro de Aguiar apela a que o Estado “não esqueça” a Madeira nas negociações junto da Europa
“A Madeira, uma das regiões portuguesas economicamente mais afectadas pelo surto da covid-19, tem de estar amplamente representada na estratégia que o Governo da República apresente à Comissão Europeia e não é aceitável que, dentro das verbas que serão atribuídas a Portugal - cerca de 15,5 mil milhões de euros a fundo perdido e 10,8 mil milhões sob a forma de empréstimos - não haja uma distribuição justa e atenta para com as regiões e sectores que, agora, precisam de sustentar a sua recuperação, como é o nosso caso”. É desta forma que a eurodeputada Cláudia Monteiro de Aguiar sublinha a importância da Madeira não vir a ser penalizada, mais uma vez, na negociação que o Governo Português fará junto da União para arrecadar verbas de apoio à recuperação da crise económica e social decorrente da pandemia, um dossiê que garante acompanhar de perto.
”Os montantes estão definidos e os critérios desta atribuição são conhecidos, pelo que o PSD acompanhará de perto a estratégia do Governo Português junto das instâncias europeias e questionará, a cada momento, a equidade das propostas apresentadas, tendo em conta a distribuição de apoios”, afirma a eurodeputada, lembrando, apenas como exemplo e na sequência da apresentação da proposta de orçamento da UE da Comissão Europeia, “o peso e a importância que o turismo da Madeira assume e os urgentes apoios que são, agora, necessários à sua normalização” - tal como acontece, aliás, com o Algarve - numa realidade que não pode ser menosprezada ou negligenciada pelo Estado Português na estratégia nacional que venha a ser assumida.
A par do Turismo, “os setores da agricultura e das pescas não podem ser esquecidos, até porque esta proposta reforça as verbas da PAC e do FEAMP”, disse ainda, frisando as carências actualmente existentes também nestas áreas.
“Estaremos vigilantes ao plano de reformas estruturais que o Governo Português irá prosseguir no âmbito do Semestre Europeu, e nas quais a Madeira tem de ser convenientemente contemplada”, remata a Social-democrata, assegurando que “tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que não haja, neste domínio, qualquer tipo de discriminação negativa para os Madeirenses, será feito”.
Refira-se que a CE apresentou, no passado dia 27 de Maio, a proposta de orçamento plurianual da UE, na qual disponibiliza 750 mil milhões de euros para os esforços de recuperação dos sectores e regiões mais afectadas pelo surto da COVID-19, sendo que, deste montante, 500 mil milhões são sob a forma de subvenções e 250 mil milhões sob a forma de empréstimos.
Os vários Estados-Membros terão de apresentar, no âmbito do Semestre Europeu, um plano de reformas estratégicas que contemplem medidas de recuperação e estimulo à economia em sintonia com Pacto Ecológico Europeu e a digitalização da economia. Os montantes serão disponibilizados depois do plano ter sido aprovado pela CE, de forma gradual e condicionados à sua boa execução e alcance dos objectivos propostos.