Especialista alerta que rastreio com testes no Aeroporto da Madeira “não será particularmente eficaz”
O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, alertou, esta noite, em entrevista à TVI24, que os dados que os especialistas dispõem sobre o rastreio com testes aos turistas que vão chegar ao Aeroporto da Madeira a partir de 1 de Julho “apontam para que não seja particularmente eficaz” na detecção de doentes com Covid-19.
“Temos os tais problemas com as pessoas que estão no seu período de incubação. Eu posso fazer o teste no Aeroporto e o teste dar negativo e ser um teste com um diagnóstico correcto. E no dia a seguir eu desenvolvo a doença”, exemplificou o médico de Saúde Pública do Departamento de Epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge, que considera ainda que “a janela para detecção é pequena (...) e improvável”, pois na prática estamos a falar de pessoas que quando saíram dos seus países ou regiões estavam bem de saúde e que adoeceram ou desenvolveram sintomas durante o voo. “Tenho dúvidas se o rastreio à chegada seja uma medida que nos possa resolver o problema. Pode nos dar alguns dados, poderá identificar alguns casos mas eu diria que serão seguramente poucos”, acrescentou Ricardo Mexia.
Face à pouca eficácia do rastreio no aeroporto e tendo em conta que a situação de pandemia “ainda não está ultrapassada, nem em Portugal, nem na maior parte dos outros países, senão em todos”, o médico de saúde pública conclui que “temos que ter cautelas”.