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Hospital de Gaia garante que “não está previsto” fechar Laboratório de Neurofisiologia

O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) disse hoje que está a tomar medidas para garantir o funcionamento do Laboratório de Neurofisiologia e que “não está previsto” o seu encerramento, como referiu o diretor interino daquele serviço.

“Não está previsto o encerramento do Laboratório de Neurofisiologia do CHVNG/E. O conselho de administração do CHVNG/E está a trabalhar conjuntamente com a direção do Serviço de Neurologia desde a tomada de posse, em agosto de 2019, de forma a garantir o bom funcionamento do Laboratório de Neurofisiologia, com todos os critérios de qualidade na prestação de serviços de saúde aos nossos utentes”, lê-se em resposta escrita enviada à agência Lusa.

Este esclarecimento surge depois do diretor interino do Serviço de Neurologia do CHVNG/E, Henrique Moniz Costa, ter tornada pública uma carta aberta dirigida às Câmara Municipais de Vila Nova de Gaia e de Espinho, bem como à Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos e à Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) falando em “falta de investimento em recursos humanos e técnicos”.

“O encerramento do laboratório resulta da reforma da sua única médica atualmente em funções dotada do ciclo de estudos especiais nesta área, com data prevista de encerramento para o próximo dia 01 de julho de 2020”, lia-se na carta.

Contactado pela Lusa, o Ministério da Saúde e a ARS-Norte remeteram esclarecimentos para a administração do centro hospitalar que descreveu os passos que tem vindo a dar no sentido de garantir o funcionamento do equipamento, garantindo, ainda, que os exames estão a ser assegurados.

“Em setembro de 2019 foi aprovada a um elemento especializado da equipa, a frequência do Ciclo de Estudos em Neurofisiologia, no Centro Hospitalar Universitário de São João, tendo assegurado os custos de formação, e em outubro foi contratada uma técnica de neurofisiologia”, descreve a administração do CHVNG/E.

Ainda no que diz respeito a recursos humanos, o CHVNG/E descreve que “em maio de 2020 foi solicitada pela médica que assegura a atividade a aposentação”, mas aponta que “não existe ainda previsão de data de saída”, ficando a situação “pendente na instituição de origem”, ou seja, “a mobilidade de um médico especialista”.

Henrique Moniz Costa também descrevia a existência de equipamentos avariados, nomeadamente “a câmara vídeo do único equipamento disponível no serviço para EEGs [eletroencefalografias]”, a qual, referia o diretor interino “se encontra avariada há três anos, sem possibilidade de reparação pelo apoio técnico da marca”, o que “impede que neste centro hospitalar se realizem exames a crianças com epilepsia de toda a região, limitando e condicionando os cuidados prestados”.

Na resposta remetida à Lusa, a administração do CNVNG/E avança que “em fevereiro foi aprovada e encontra-se a decorrer a aquisição de equipamentos, devidamente enquadrados no plano de investimento” deste centro hospitalar, o qual sofreu “algum impacto decorrente do período pandémico associado à covid-19”.

“Os exames estão a assegurados por um prestador externo, que realiza os mesmos nas instalações do CHVNG/E, não sendo necessária a deslocação de qualquer utente”, descreve a administração, acrescentando que em 2019 foram efetuados 25 EEGs pediátricos e 13 em adultos.

Em causa está, lia-se na carta assinada por Henrique Moniz Costa, um laboratório capaz de realizar electroencefalogramas e eletromiografias, exames considerados “fundamentais para o diagnóstico e seguimento dos doentes com epilepsia e doenças do sistema nervoso periférico”.

O diretor interino do Serviço de Neurologia do CHVNG/E referia que este laboratório é o “único” do género “integrado num hospital público atualmente em funcionamento desde a margem Sul do Douro até Coimbra”, pelo que serve diretamente as populações de Gaia e Espinho e indiretamente as dos concelhos de Santa Maria da Feira, Ovar, Estarreja e Oliveira de Azeméis.

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