Uber acusada de exploração de trabalhadores em Itália
Um tribunal de Milão ordenou a nomeação de um administrador judicial para a Uber Itália durante um ano, após ter determinado que o serviço de entrega de refeições da empresa explorava os trabalhadores, noticiou hoje a imprensa italiana.
De acordo com a agência noticiosa italiana ANSA, que cita o acórdão do tribunal, o tratamento dado pela Uber aos trabalhadores de entregas, salários muito baixos e não declarados, era semelhante ao sistema usado por grupos do crime organizado para pagar aos migrantes que trabalham na agricultura e construção civis. Numa declaração à ANSA, a Uber afirmou que condena “todas as formas de exploração”, que respeita as leis italianas e que “continuará a trabalhar para ser um verdadeiro parceiro a longo prazo em Itália”.
A Uber já enfrentou anteriormente contestação em Itália, estando apenas autorizada a oferecer o serviço Uber Black, de gama superior, e o serviço de entregas, depois de as organizações de taxistas italianas terem protestado contra o serviço em 2017.
Os métodos de funcionamento da Uber têm sido alvo de protestos em vários países, incluindo Portugal, onde em janeiro centenas de carros percorreram as ruas de Lisboa manifestando-se contra a redução das tarifas a cobrar aos clientes pela plataforma eletrónica.
Em maio, a Uber anunciou a supressão de 3.700 empregos devido ao impacto da pandemia de covid-19 e o despedimento de 3.000 funcionários.
O grupo, atingido pelas medidas que limitam as deslocações, comunicou também o encerramento de 40 escritórios em todo o mundo.
A plataforma prevê concentrar-se na sua atividade principal, que é o transporte de passageiros e a entrega de comida através da Uber Eats e abandonar vários projetos, considerados não essenciais.
As supressões de empregos ocorrem na maior parte das divisões do grupo e em várias regiões do mundo, mas não afetam os motoristas, que não são considerados funcionários da Uber.
A eliminação de empregos concentra-se nas equipas de atendimento ao cliente e contratações, explicou na altura a empresa num documento enviado ao regulador bolsista norte-americano.