Lusodescendente detido por participar em festa na Venezuela
Pelo menos dez pessoas, entre elas um lusodescendente, foram detidas pelas autoridades venezuelanas por participar numa festa no pátio de uma casa, violando a quarentena preventiva da covid-19 na Venezuela, noticia hoje a imprensa local.
As detenções ocorreram na urbanização La Mendera II de Cabudare, no Estado venezuelano de Lara (360 quilómetros sudoeste de Caracas) e entre os detidos está um lusodescendente de 19 anos.
Os detidos, com idades entre os 18 e os 23 anos, são ainda acusados de opor resistência às autoridades.
Segundo a imprensa local as detenções ocorreram à 01:00 local de sexta-feira (06:00 em Lisboa), depois de a polícia ter sido informada, anonimamente, de que decorria a festa.
O Diário de Lara explica que ao ver a polícia, “os jovens correram para dentro de casa, omitiram a ordem para parar, atiraram as bebidas que tinham contra os oficiais e inclusive houve tentativa de agredir fisicamente” os polícias.
A polícia confiscou ainda um carro que estava estacionado no exterior da residência e cinco caixas de cerveja.
Na Venezuela, na sequência da quarentena preventiva da covid-19, estão proibidas as aglomerações de pessoas. No estado de Lara está ainda proibido sair de casa a partir das 14:00 locais (19:00 em Lisboa).
A Venezuela tem 345 casos confirmados e 10 mortes associadas ao novo coronavírus. Pelo menos 148 pessoas recuperaram da doença.
O país está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia. O estado de alerta foi decretado por 30 dias e prolongado por igual período.
Os voos nacionais e internacionais estão restringidos.
Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena e impedidos de circular livremente entre os vários estados do país.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 241 mil mortos e infetou cerca de 3,4 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.