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Ruptura de barragem no Uzbequistão desaloja mais de 90 mil pessoas

As autoridades do Uzbequistão iniciaram hoje uma investigação criminal após a rotura de uma importante barragem que deixou desalojadas mais de 90 mil pessoas no país e no vizinho Cazaquistão.

A barragem de Sardoba, no oeste do Uzbequistão, registou uma rotura na manhã de sexta-feira, o que provocou a inundação de milhares de casas, forçando a população a sair. Além das 70 mil pessoas desalojadas no país, mais de 50 pessoas foram hospitalizadas.

Hoje, o presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokaïev, indicou no Twitter que 10 localidades próximas da fronteira sofrerem graves inundações, forçando as autoridades retirar cerca de 22.000 pessoas das suas casas.

Segundo o procurador-geral do Uzbequistão, foi aberta uma investigação criminal por “negligência” e violação das regras de construção da barragem.

A construção da barragem de Sardoba começou em 2010, sob a supervisão do atual presidente do Uzbequistão, Chavkat Mirzioiev, que antes ocupava o cargo de primeiro-ministro. As obras foram concluídas em 2017.

Na sexta-feira, Mirzioiev visitou a região para supervisionar as operações de evacuação das casas e limpeza das ruas. Dias antes, chuvas e ventos fortes varreram a área afetada pela rotura da barragem.

As autoridades da região do Turquestão, no sul do Cazaquistão, onde mais de 5.000 pessoas foram retiradas das casas, criticaram o Uzbequistão por não fornecer informações suficientes sobre a situação.

“Temos uma cópia da nossa correspondência com o lado uzbeque que diz que às 20:00 de sexta-feira a situação era estável e não havia problemas”, disse Saken Kalkamanov, vice-governador do Turquestão, no sábado.

Saken Kalkamanov acrescentou que o Uzbequistão assegurou que “nem uma gota de água chegaria [...], no entanto, foi o que aconteceu”.

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