Mais de 600 tripulantes confinados em navios nas Galápagos
Mais de 600 tripulantes estão confinados em navios nas Ilhas Galápagos, 51 dos quais infetados com o novo coronavírus, confirmou Norman Wray, presidente do Conselho de Governo do arquipélago, localizado a cerca de mil quilómetros do Equador.
Em entrevista à agência de notícias espanhola Efe, Norman Wray indicou que os infetados (a maioria assintomáticos) estão em três dos 177 barcos, a maioria ancorados na área da ilha de Santa Cruz.
Um dos navios tem 48 infetados com covid-19, estando a ser acompanhados há quinze dias e estando prevista a realização de novos testes ao coronavírus para avaliar a carga viral dos infetados e determinar a evolução da doença.
Nesse barco, houve dois casos críticos que foram transferidos para Quito, um dos quais viria a morrer, estando o outro a progredir bem.
Wray comentou que alguns dos mais de 600 tripulantes estão nos navios há mais de quarenta dias e que, devido a um protocolo de segurança marítima, não podem deixar os navios, exceto em situações de saúde humanitária ou circunstâncias de força maior.
Segundo Norman Wray, pouco mais de 3.500 pessoas esperam no continente para retornar às ilhas e todas devem passar por um teste ao novo coronavírus à chegada e devem concluir um isolamento de 14 dias em hotéis.
Com sua principal atividade económica paralisada, nas Galápagos “existe uma importante rede de solidariedade” para gerar apoio à segurança alimentar, explicou Norman Wray, indicando que algumas famílias estão sem recursos devido ao “choque económico” causado pelo novo coronavírus.
Além disso, o Estado está a analisar a possibilidade de dar um subsídio direto através de um vale às famílias que se encontram em condições complicadas.
Estão também a ponderar a distribuição de ‘kits’ alimentares num plano que possa durar mais dois ou três meses, explicou.
O governo está a estudar a possibilidade de canalizar empréstimos bancários para proteger o emprego na região.
“De momento, planeamos três a seis meses de proteção especial”, enfatizou Norman Wray, acrescentando que o impacto da covid-19 para Galápagos é semelhante ao de um terramoto devido à vulnerabilidade do sistema económico.