CDS acusa ministra da Saúde de protagonizar momento infeliz da história democrática
O CDS considera que a ministra da Saúde protagonizou no sábado, durante uma entrevista à SIC, um momento infeliz na história da democracia portuguesa, ao sacrificar o princípio da igualdade dos cidadãos perante a lei.
Esta crítica relativa à parte da entrevista em que Marta Temido defendeu as condições em que se realizaram as concentrações da CGTP-IN, durante o 1.º de Maio, consta de um comunicado enviado à agência Lusa e que é assinado pela porta-voz dos democratas-cristãos, Cecília Anacoreta Correia.
Para a porta-voz do CDS-PP, essa entrevista de Marta Temido “assinala um momento infeliz da história da democracia portuguesa”, já que “nunca antes um dirigente governativo sacrificou com tanta clareza o princípio da igualdade de todos perante a lei, em benefício de forças políticas que sustentam o seu próprio Governo”.
“Confirmam-se, assim, os alertas feitos pelo CDS no Dia do Trabalhador, com a agravante de, a reboque, a ministra da Saúde ter criado dúvidas sobre como vão decorrer as celebrações do 13 de Maio em Fátima”, aponta-se no comunicado.
Na perspetiva do CDS, a ministra da Saúde “escudou-se em razões técnicas para justificar a alteração do Governo em relação à política sobre o uso de máscaras”.
“Não basta apelar à mobilização da indústria nacional, é preciso que o Governo garanta o seu fornecimento, não permita situações de monopólio privado ao nível da certificação de máscaras de uso comunitário, garanta condições de livre concorrência entre as empresas têxteis e agilize processos para acelerar a entrada em comercialização de material disponível a preços mais acessíveis”, defendem os democratas-cristãos.
Em relação ao objetivo de utilização massiva dos testes, o CDS considera que “é importante que o Governo centre a sua preocupação na situação mais premente de todas: a dos idosos e trabalhadores dos lares, a quem tem de garantir testes e equipamentos de proteção individual em tempo útil sempre que tal for necessário”.
“A ministra da Saúde insiste em não aceitar rever no atual contexto o estatuto remuneratório dos profissionais do SNS (Serviço Nacional de Saúde), invocando o argumento de que não podemos ter um país a duas velocidades. Na opinião do CDS, os profissionais de saúde que estiveram desde a primeira hora na linha da frente de combate mereciam, no mínimo, ter sido os primeiros a ver refletidos os aumentos dos vencimentos na função pública, e são ainda credores de um esforço coletivo de apoio que se devia refletir num prémio remuneratório e na majoração das suas horas extraordinárias”, sustenta-se no comunicado.