Equipa de reportagem do canal norte-americano CNN detida em Minneapolis
Uma equipa de reportagem do canal norte-americano CNN foi detida hoje de madrugada (hora local) pela polícia estadual do Minnesota quando cobria os protestos em Minneapolis, nos Estados Unidos, desencadeados pela morte de um cidadão afro-americano.
A estação de informação com sede em Atlanta informou, entretanto, que a equipa de reportagem, que incluía o jornalista Omar Jimenez, um produtor e um repórter fotográfico, foi libertada hoje de manhã.
A detenção dos profissionais foi transmitida em direto pela CNN.
Quando estava a fazer um direto a relatar os acontecimentos em Minneapolis, Omar Jimenez foi algemado e levado do local pelas autoridades policiais. O mesmo aconteceu com os outros dois elementos da equipa.
O gabinete de comunicação da CNN afirmou posteriormente na rede social Twitter que a equipa de reportagem foi detida “por estar a fazer o seu trabalho, apesar de estarem identificados, numa clara violação dos direitos da primeira emenda da Constituição [que se refere à liberdade religiosa, de expressão e de imprensa]”.
Na mesma rede social, a polícia estadual do Minnesota declarou que os jornalistas estavam junto a quatro pessoas que foram detidas pelos elementos das forças de segurança que estavam “a desimpedir as ruas e a restaurar a ordem pública”.
A força policial esclareceu ainda que os repórteres “foram libertados assim que foi confirmado que eram membros da comunicação social”.
Minneapolis, no Estado do Minnesota, está a ser palco de protestos há vários dias consecutivos por causa da morte de George Floyd, um cidadão afro-americano que morreu na noite de segunda-feira na sequência de uma detenção policial feita numa das ruas daquela cidade.
Imagens de vídeo captadas por transeuntes, e depois difundidas nas redes sociais, mostraram o homem afro-americano, detido e algemado no chão, a pedir ajuda por várias vezes e a repetir que não conseguia respirar, com o joelho de um agente policial a pressionar o seu pescoço.
Os protestos em Minneapolis começaram de forma pacífica, mas acabaram por degenerar em incidentes violentos, existindo relatos de lojas saqueadas e de uma esquadra incendiada.
Os protestos espalharam-se também a outras zonas do país.
Em Nova Iorque, apesar da epidemia da covid-19, manifestantes organizaram concentrações públicas na quinta-feira, em alguns casos com confrontos policiais. Em Denver, manifestantes bloquearam o trânsito no centro da cidade.
Perante tais incidentes, e através de uma mensagem publicada no Twitter, o Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou nas últimas horas usar a força para travar protestos em Minneapolis.
No Twitter, Trump chamou “bandidos” às pessoas envolvidas nos protestos, ameaçando que “quando as pilhagens começarem, os tiros vão começar”.
A rede social assinalou, entretanto, como apologia da violência esta mensagem de Trump.
“Essa mensagem viola as regras do Twitter sobre a apologia à violência. No entanto, o Twitter considera que no quadro do interesse público essa mensagem (’tweet’) deve ficar acessível”, referiu a rede social.