Assinala-se hoje o Dia Mundial da Saúde da Mulher
Assinala-se hoje, 28 de Maio, o Dia Mundial da Saúde da Mulher e a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) relembra a prevalência da dor crónica nas mulheres que, apesar dos elevados números, permanecem subdiagnosticadas e sem tratamento adequado às suas necessidades.
Na Europa e em Portugal verifica-se que a dor crónica é mais prevalente no sexo feminino, devido ao facto de estar associada a condições ou doenças que são mais frequentes nas mulheres que advém da própria gravidez ou desencadeadas por infecções ou outras doenças.
Ana Pedro, Presidente da APED, diz que neste Dia Mundial da Saúde da Mulher, é fundamental “compreender que existe uma necessidade urgente no acesso ao tratamento e gestão da dor das mulheres para que estas possam melhor a sua saúde e qualidade de vida”.
Entre os tipos de dor que afectam o género feminino e que têm um impacto significativo na sua qualidade de vida, destaca-se a dor ginecológica, uma dor sentida na região pélvica ou sacrolombar, cuja intensidade, duração e localização é variável de pessoa para pessoa e é um dos motivos mais frequentes das consultas ginecológicas.
Esta pode caracterizar-se por dor pélvica crónica, dismenorreia, doença inflamatória pélvica e síndrome pré-menstrual.
A dor pélvica afecta mais as mulheres do que os homens porque o organismo destas está sujeito a mais alterações, como mudanças hormonais cíclicas, alterações durante a gravidez, o stress psicossocial, outras modificações durante e depois da gravidez e os ajustes que ocorrem durante a menopausa.
A dismenorreia, por sua vez, afecta entre 16 a 91% das mulheres férteis e é uma dor pélvica mais intensa do que o mal-estar que acontece habitualmente durante a menstruação.
Já a doença inflamatória pélvica ocorre quando microrganismos patogénicos, habitualmente de transmissão sexual, atravessam as barreiras naturais da vagina e o colo do útero e chegam à cavidade uterina, causando endometrite (infeção do endométrio), salpingite (infeção das trompas de Falópio) e abcessos tubo-ováricos.
A síndrome pré-menstrual afecta entre 30 a 40% das mulheres em idade reprodutiva e ocorrem na segunda metade do ciclo menstrual, ou seja, 14 dias antes da menstruação. Também na gravidez, o corpo da mulher passa por muitas alterações físicas e, consequentemente, podem ocorrer dores localizadas ou generalizadas, que aparecem e desaparecem, ou que podem persistir ao longo de toda a gestação.
A maioria destas dores são fisiológicas e surgem na sequência da própria gravidez. Mas outras dores podem ser patológicas e desencadeadas por infecções ou doenças causadas, ou não, pela gravidez. As dores mais habituais são as cefaleias, dor na parte inferior do abdómen ou virilhas, dor de costas, dor e mal-estar nas pernas e nos pés, dor mamária e dor uterina.
A fibromialgia é, em 80 a 90% dos casos, diagnosticada em mulheres, assim como a lombalgia, a artrite reumatoide, a osteoartrose, a disfunção da articulação temporomandibular e as cefaleias.
Sobre a APED
A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) tem como objectivos promover o estudo, o ensino e a divulgação dos mecanismos fisiopatológicos, meios de prevenção, diagnóstico e terapêutica da dor em Portugal, de acordo com os parâmetros estabelecidos pela International Association for the Study of Pain e pela Organização Mundial de Saúde.