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Confiança dos consumidores e clima económico recuperam parcialmente em Maio

Os indicadores de confiança dos consumidores e de clima económico “recuperaram parcialmente” em maio, após terem registado “fortes reduções em abril” devido à pandemia de covid-19, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

“Em maio, o indicador de confiança dos consumidores recuperou parcialmente, registando o maior aumento da série, após ter apresentado em abril a maior redução face ao mês anterior e o valor mínimo desde maio de 2013. O indicador de clima económico apresentou um ligeiro aumento em maio após ter atingido o valor mínimo da série no mês anterior”, apontam os “Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores” do INE.

No mês em análise, os indicadores de confiança aumentaram “de forma moderada” na construção e obras públicas e no comércio e diminuíram novamente na indústria transformadora e nos serviços, “prolongando as quedas abruptas registadas em abril e atingindo novos mínimos”.

Já nos serviços, o INE destaca as secções de alojamento, restauração e similares e de atividades artísticas, de espetáculo, desportivas e recreativas, que apresentaram os valores mais baixos dos respetivos indicadores de confiança.

Segundo o instituto estatístico, os períodos de recolha de informação para os inquéritos de conjuntura decorreram entre 04 e 15 de maio, no caso do inquérito aos consumidores, e entre 01 e 22 de maio no caso dos inquéritos às empresas, “quase coincidindo com a primeira fase do plano de ‘desconfinamento’ (de 04 a 17 de maio)”, o que poderá ter “contribuído para a alteração de sentimento que se verificou em alguns dos inquéritos”.

Neste contexto, e para evidenciar alterações de muito curto prazo, o INE diz que a análise efetuada se baseia “exclusivamente nos valores efetivos mensais (dados brutos ou corrigidos de sazonalidade)”.

Em maio, o aumento do indicador de confiança dos consumidores resultou das recuperações das perspetivas relativas à evolução da situação económica do país, da condição financeira do agregado familiar e da realização de compras importantes, após as “diminuições históricas” observadas no mês anterior.

Em sentido contrário, as opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar contribuíram negativamente para a evolução deste indicador.

Quanto ao comportamento do indicador de confiança da indústria transformadora -- que diminuiu entre fevereiro e maio, prolongando a “queda abrupta” registada em abril e atingindo o mínimo histórico da série --, refletiu os contributos negativos do saldo das apreciações relativas à evolução da procura global.

Em maio, este saldo atingiu o mínimo da série, bem como das opiniões sobre os ‘stocks’ de produtos acabados que, no mês anterior, tinham contribuído positivamente para o indicador.

Pelo contrário, nota o INE, as perspetivas de produção da empresa “recuperaram de forma expressiva em maio”, após registarem em abril o valor mínimo da série.

Já o indicador de confiança da construção e obras públicas recuperou em maio parte da diminuição observada em abril, em resultado do aumento do saldo das perspetivas de emprego, enquanto as apreciações sobre a carteira de encomendas voltaram a registar um agravamento, atingindo um novo mínimo desde julho de 2016.

No que se refere ao indicador de confiança do comércio, “aumentou de forma moderada” em maio, após ter “diminuído de forma expressiva em abril”, quando atingiu o novo mínimo da série.

Segundo o INE, as componentes deste indicador tiveram evoluções distintas, com as perspetivas de atividade da empresa nos próximos três meses a recuperarem “de forma acentuada” do mínimo histórico de série observado em abril e as apreciações relativas ao volume de ‘stocks’ a revelarem também um contributo positivo, mas com menor magnitude que as perspetivas de atividade.

Em sentido contrário, as opiniões sobre o volume de vendas prolongaram em maio o “forte agravamento” do mês anterior, atingindo um novo mínimo da série.

Quanto ao indicador de confiança dos serviços, diminuiu entre fevereiro e maio, prolongando a “queda abrupta” registada em abril e atingindo um novo mínimo histórico da série iniciada em abril de 2001, com os “expressivos contributos negativos” das apreciações sobre a atividade da empresa e sobre a evolução da carteira de encomendas, que atingiram novos mínimos.

Em sentido contrário, as perspetivas sobre a evolução da carteira de encomendas recuperaram parcialmente da maior redução mensal da série observada no mês anterior.

Em maio, o indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos às empresas, “recuperou ligeiramente” após a maior redução da série em abril face ao mês anterior e que originou um novo mínimo.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 352 mil mortos e infetou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.356 pessoas das 31.292 confirmadas como infetadas, e há 18.349 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (cerca de 2,5 milhões, contra mais de dois milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 149 mil, contra mais de 173 mil).

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

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