Um jornalista e deputado municipal da oposição russa anunciou hoje que foi condenado a 15 dias de prisão após se manifestar sozinho em Moscovo, uma medida que suscitou reações de protesto entre os seus apoiantes.

Três outros jornalistas foram detidos durante esta tarde quando protestavam contra a condenação do seu colega em Moscovo, referiu a agência noticiosa AFP.

“Bolas! Uma pena de 15 dias por um piquete solitário”, escreveu Ilia Azar no serviço de mensagens Telegram numa reação à pena pronunciada por um tribunal moscovita.

As manifestações solitárias são uma forma habitual de protesto na Rússia, por não necessitarem de autorização prévia e geralmente sem serem reprimidas.

No entanto, a polícia considerou que Ilia Azar violou a proibição de organizar manifestações durante o confinamento em vigor em Moscovo para conter a propagação do novo coronavírus.

Segundo as autoridades, e pelo facto de no passado ter sido acusado de violações às regras de organização das manifestações, foi condenado a uma pena de prisão efetiva.

O jornalista e deputado municipal de 35 anos foi detido na terça-feira durante a sua manifestação de apoio a Vladimir Vorontsov, um antigo polícia conhecido pelo seu trabalho sobre violações da lei pelas forças da ordem, mas perseguido por acusações que considera terem sido fabricadas.

A condenação de Azar provocou a cólera de diversos colegas e apoiantes. Três deles, Serguei Smirnov, chefe de redação do portal da Internet Mediazona, Tatiana Felgenaouer e Alexandre Pliouchtchev, animadores da Radio Ekho de Moscovo, foram detidos hoje após organizarem um protesto em Moscovo.

“Azar tinha o direito de promover o protesto em conformidade com a lei, a Constituição e o bom senso”, reagiu por seu turno no Twitter Alexei Navalny, uma das principais figuras da oposição.

No verão de 2019, Azar participou na organização de diversas concentrações antigovernamentais em Moscovo, onde compareceram dezenas de milhares de pessoas.