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Dois ataques atribuídos aos talibãs provocaram 14 mortes no Afeganistão

Foto EPA
Foto EPA

Catorze membros das forças de segurança afegãs foram mortos hoje em dois ataques imputados aos talibãs pelas autoridades do Afeganistão, dois dias depois de expirar um cessar-fogo decretado pelos insurgentes. Os rebeldes talibãs não confirmaram o seu envolvimento nos ataques, onde, para além das 14 mortes, se registaram ainda um ferido das forças afegãs e algumas baixas do lado dos insurgentes, segundo um porta-voz do governador da província.

“Os talibãs atacaram um posto de controlo das forças de segurança”, confirmou o chefe da polícia do distrito de Seyagird, Hussain Shah, onde decorreu o ataque.

Num outro ponto do Afeganistão, na cidade ocidental de Farah, os talibãs lançaram um segundo ataque a um posto de polícia, segundo um porta-voz das forças de segurança.

Contudo, os talibãs não confirmam a autoria dos ataques, que ocorreram apenas dois dias depois de um cessar-fogo, decretado no sábado, para celebrar o fim do Ramadão, e que foi respeitado durante o seu prazo de vigência, entre domingo e terça-feira.

Segundo a Comissão Independente de Direitos Humanos do Afeganistão, o número de vítimas civis caiu 80% durante os três dias de tréguas, passando de uma média diária de 30 para 06 mortos.

A trégua foi muito apreciada entre a população, já que a violência na região estava a aumentar, com o exército afegão a realizar ataques aéreos e terrestres, na quarta-feira, contra rebeldes que, alegadamente, estavam a atacar meios logísticos das autoridades de Cabul, numa operação que matou 18 adultos e feriu várias crianças, segundo Lal Mohammad Amiri, porta-voz da polícia da província de Zabul.

Durante o cessar-fogo, as autoridades afegãs libertaram mil reclusos talibãs, na esperança de poderem renovar as tréguas com os rebeldes, mas ainda não obtiveram nenhuma reação dos opositores.

“Os talibãs não anunciarão oficialmente outro cessar-fogo, porque consideram que a guerra e os conflitos são do seu interesse”, comentou Sayed Nasir Musawi, analista político de Cabul.

Uma delegação talibã esteve hoje em Cabul para discutir a troca de prisioneiros com as autoridades, segundo um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional afegão.

Para lidar com o regresso das hostilidades, o Governo do Afeganistão destacou 80 soldados e polícias para o norte do país, enquanto aguardam reações dos talibãs.

No acordo estabelecido entre os Estados Unidos e os talibãs, foram determinadas libertações recíprocas de prisioneiros (até 5.000 membros dos rebeldes e até 1.000 membros das forças afegãs).

O acordo não foi ratificado por Cabul, mas prevê a retirada das forças estrangeiras do Afeganistão, nos próximos 14 meses, em troca de garantias de segurança por parte dos talibãs.

Contudo, as trocas de reclusos têm sido conturbadas, sem permitir uma pacificação da região, onde continuam ataques mútuos entre as autoridades afegãs e os rebeldes talibãs.

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