O número de migrantes venezuelanos na vizinha Colômbia diminuiu pela primeira vez nos últimos cinco anos, de 1.825.000 para 1.809.000, entre fevereiro e março de 2020, informou hoje a agência colombiana para a migração.

“Isso significa uma redução real de 0,9%. É a primeira vez que isso acontece. Sempre tivemos números crescentes com maior ou menor [números]”, adiantou o diretor da agência de migração da Colômbia, Juan Francisco Espinosa, numa conferência de imprensa virtual.

Juan Francisco Espinosa adiantou que na Colômbia existem 24.104 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus e 803 mortes, sendo que a pandemia é uma das explicações para a diminuição do número de migrantes, até porque o encerramento de fronteiras e a proibição de voos comerciais, em vigor desde março, impedem as deslocações.

O diretor explicou ainda que “uma grande parte da população venezuelana obtém o sustento nos mercados informais”, mas que “essa informalidade foi fortemente afetada pelas medidas de isolamento e pela pandemia.

“Também tem sido um incentivo para a saída do território nacional” de migrantes venezuelanos, acrescentou.

O diretor para a agência das migrações informou igualmente que, entre 14 de março e 26 de maio, houve pelo menos 66.492 migrantes que regressaram à Venezuela: dessas pessoas, 23.312 fizeram-no através da ponte internacional Simón Bolívar, na fronteira entre a cidade colombiana de Cúcuta e a cidade venezuelana de San Antonio del Táchira.

A região de Bogotá, capital da Colômbia, é a que acolhe mais migrantes venezuelanos no país: 357.586 pessoas, número que corresponde a quase 20% do total.

Uma conferência internacional de doadores, promovida pela União Europeia e por Espanha, na terça-feira, reuniu 2,5 mil milhões de euros para apoiar os migrantes venezuelanos, que são, no total, cerca de cinco milhões.