Passeio a Santana
Ao caminhar para o norte
Por destino ou por sorte
Sinto que algo me chama
Por mais voltas que eu dê
Confesso, não sei porquê
O meu poiso é Santana
Quando chego ao cortado
Ali fico embasbacado
E meu olhar se estende
Esmorecido na paisagem
respirando aquela aragem
Da beleza que me prende
Sedenta minh’alma chora
A querer não ir embora
Ativando sua chama
Naquela paixão ardente
De uma paz tão diferente
Que se assume Santana
Por entre suas entranhas
Há belezas tamanhas
Impossível descrever
Ânsias minhas esfaimadas
No Éden das Queimadas
Se deixam adormecer
Caldeirão que é todo verde
Onde afogo minha sede
Na espumante cascata
Linda Rocha do Navio
A natureza a esculpiu
Entre o moledo e a escarpa
Ruivo é o pico mais alto
Debruçado no planalto
Da Achada do Teixeira
E sem estar na moda
Linda é a Cova da Roda
Com o Faial à sua beira
Ao regalo de suas prendas
Brinda parque de merendas
Ao aroma de suas ervas
Onde o paladar se entranha
Já no sopé da montanha
Cito, Pico das Pedras
Entre um céu azul anil
E os seus encantos mil
Há grito de madrugada
Na beleza do arrebol
Anunciando o sol
Ao canto da passarada
Num cenário de mil cores
A magia das suas flores
E a hospitaleira gente
Na arte de bem receber
Fazem-nos bem entender
Que Santana é diferente
Suas casinhas de palha
São bem a sua medalha
Que um seu povo criou
Lindeza da nossa Ilha
Preciosa maravilha
Que o mundo já adotou