Presidente do Supremo Tribunal Federal brasileiro testa negativo para coronavírus
O teste realizado ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Dias Toffoli, para detetar o novo coronavírus teve resultado negativo, anunciou hoje a assessoria de comunicação do tribunal.
A análise foi realizada após o magistrado apresentar sintomas de covid-19 na sequência de uma intervenção cirúrgica, que realizou no último sábado.
Segundo um comunicado divulgado pelos médicos que tratam Dias Toffoli, embora o teste tenha apresentado resultado negativo, será repetido “devido à possibilidade de um falso negativo”.
No entanto, os médicos observaram que o presidente do STF teve uma melhoria considerável, tem um quadro estável e respira sem a necessidade de equipamentos.
O Brasil, segundo país do mundo com o maior número de infeções por covid-19, regista um total de 363.211 casos e 22.666 mortes provocadas pela doença, segundo dados atualizados pelo Ministério da Saúde no domingo.
O STF esteve no centro do noticiário do país nos últimos dias porque um dos seus juízes autorizou a divulgação de um vídeo sobre uma polémica reunião de ministros que aconteceu em 22 de abril, na qual o Presidente do país, Jair Bolsonaro, e alguns membros de seu Governo aparecem insultando várias pessoas, incluindo magistrados do tribunal.
Na polémica reunião, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, chegou a defender que os juízes do STF fossem presos.
O vídeo faz parte de uma investigação sobre uma a suposta interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal, órgão independente do Estado brasileiro que cumpre função de polícia judicial.
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro declarou publicamente que Bolsonaro demitiu o antigo chefe da Polícia Federal Maurício Valeixo para interferir politicamente nas investigações realizadas pela corporação.
Após lançar estas acusações contra Bolsonaro, Moro pediu demissão.
A suspeita levantada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública é de que o chefe de Estado tentou interferir na Polícia Federal para obter informações sobre investigações sigilosas em inquéritos que envolvem os seus filhos e aliados próximos.
Já Bolsonaro negou que tenha praticado qualquer interferência política naquele órgão e acusou o ex-ministro de o pressionar para ocupar um lugar de juiz no STF, que ficará vaga em novembro.
As declarações de Moro levaram o procurador-geral da República, Augusto Aras, a pedir uma investigação para apurar as denúncias, que é comandada pelo juiz Celso de Mello do STF.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou quase 345 mil mortos e infetou mais de 5,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios.